Cinco anos depois de se terem juntado para formar um governo de maioria parlamentar, a coligação PSD/CDS atingiu um ponto de rutura. Isso mesmo terá sido transmitido no Conselho Regional do PSD-M que se realiza nesta altura.
O divórcio já tinha sido anunciado pelo Jornal, na segunda-feira, e resulta das circunstâncias políticas atuais e não por desentendimentos entre os membros de ambas as cúpulas partidárias.
A maioria dos social-democratas, todavia, há muito que ansiava que a direção se libertasse de um acordo que entendiam acrescentar, agora, apenas prejuízos e nenhum benefício. Já tinham pedido, aliás, que o PSD-M tivesse avançado sozinho para as eleições regionais de 2023. E haviam torcido o nariz em relação à coligação feita para as Autárquicas.
Também por isso, aliás, se compreende que Rui Barreto esteja agora na porta de saída. Uma consequência lógica de ter assinado um acordo com o PSD-M que reforçou a presença do partido nos lugares de decisão, mas que acabou por reduzir a sua ação no espectro político madeirense.
Mas sobram críticas ao posicionamento do futuro ex-líder centrista. Porque também há quem entenda que a opção tomada não se deve a nenhum tipo de desprendimento em relação a lugares. Consideram, antes, que é o reconhecimento de que o CDS perdeu muito do terreno conquistado nos últimos anos, perdeu identidade e perdeu a proximidade com o eleitorado.
Reta descendente que foi evidente até mesmo em 2019, quando o partido garantiu apenas três lugares na Assembleia Regional da Madeira, enquanto em 2015 tinha conquistado um grupo parlamentar com sete deputados. Em quatro anos, mesmo sem integrar a coligação, os centristas passaram de 17.489 votos para 8.246. Ou seja, mais de metade perdeu a confiança no partido de centro-direita.