Teresa Carvalho, diretora da Unidade de Assessoria Técnica do Departamento de Apoio à Família, Infância e Juventude do Instituto de Segurança Social da Madeira, acredita que é necessário um trabalho de consciencialização para que as pessoas saibam identificar os sinais de violência.
"Muitas vezes estas pessoas não pedem ajuda, com medo da avaliação social", referiu.
No decorrer da conferência sobre a violência doméstica, que decorre na Câmara do Funchal, Teresa Carvalho pediu a um voluntário da audiência para se deitar debaixo de uma cadeira, demonstrando que a pessoa acabou por aceitar cumprir o que lhe foi pedido, sem que nada lhe fosse imposto.
"Muitos dos que estão a ser vítimas não estão a ver os sinais, nem a comunidade à sua volta", concluiu, acrescentando que quem agride não sabe, muitas vezes, que está a dominar e tem uma relação de dependência com a vítima.
A psicóloga alertou ainda para o facto de a boa vontade das pessoas que tentam ajudar, aconselhando por exemplo a vítima, poder agravar a violência, aconselhando a comunidade a denunciar o agressor às autoridades competentes ou a pedir ajuda às instituições capacitadas para ajudar e lembrando que, quanto maior for a articulação entre entidades, melhor será a atuação junto de quem sofre de violência.
Organizada pela Câmara Municipal do Funchal e pelo Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados, a conferência sobre violência doméstica tem como parceiro o JM.
Patrícia Gaspar