À margem do III Fórum Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, organizado pelo Núcleo Regional da EANP - Rede Europeia Anti Pobreza, o grupo parlamentar do JPP reforçou a importância de debater a erradicação da pobreza que, "há pouco tempo era considerada por muitos dos nossos governantes um tema tabu".
"Felizmente, e pela primeira vez na Madeira, estão a ser dados passos fundamentais para compreender este fenómeno que afeta milhares de famílias, independentemente da sua situação laboral, da sua formação e da sua idade", afirmou a deputada Lina Pereira.
Tendo em conta que a Madeira é "a Região com a maior taxa de risco de pobreza do país: 1 em cada 4 pessoas na Madeira vive numa situação de risco de pobreza", a deputada lamentou que haja "cada vez mais famílias que têm de escolher entre o supermercado, a farmácia, a conta da eletricidade, por exemplo, para conseguir pagar o crédito à habitação".
Para o JPP, "o combate à pobreza e à exclusão social envolve vários setores desde a saúde, a educação, a habitação, as mobilidades, o emprego, a justiça, portanto, as políticas públicas têm de considerar a transversalidade e a multidimensionalidade desta problemática. Enquanto a pobreza for considerada um problema da pessoa, nada mudará", afirmou Lina Pereira, exemplificando que "quando uma pessoa é obrigada a recorrer ao serviço de saúde privado porque não tem resposta nos serviços públicos, muitas vezes, adiando o pagamento de uma despesa fixa para o mês seguinte, é o próprio Estado, neste caso, o Governo Regional que empurra esta pessoa, este utente, para uma situação de pobreza".
A parlamentar lembrou que na Região "ainda há quem viva com muito menos de 500 euros por mês", "ao contrário do que já foi afirmado pelo próprio presidente do Governo Regional e quem não sabe disto, não conhece a verdadeira realidade das famílias".
"São milhares os idosos que vivem com pensões muito baixas, sendo eles um dos grupos de maior vulnerabilidade a contextos de pobreza. O reforço do complemento de pensão e o aumento do número de ajudantes domiciliárias são exemplos de duas medidas que, para o JPP, são fundamentais e que têm de ser implementadas já no próximo ano", referiu.
Por fim, o partido espera que "a maioria parlamentar, agora com o apoio do PAN, acompanhe o JPP nestas medidas e permita condições mais dignas aos nossos idosos".
Lígia Neves