Ao longo do último mês, conservacionistas e voluntários percorreram as ilhas da Madeira, Açores e Canárias, salvando 800 aves marinhas que caíram por terra devido à iluminação artificial.
As equipas, lideradas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO BirdLife), no âmbito do projeto LIFE Natura@night, financiado pela União Europeia, envolvem centenas de voluntários para ajudar a assegurar que as aves juvenis têm sucesso na sua primeira viagem até ao mar.
Este outono, campanhas de resgate de aves marinhas na Madeira salvaram 123 aves, graças ao esforço conjunto de 93 voluntários.
Nos Açores, mais de 300 voluntários salvaram 119 aves na Graciosa, 154 no Corvo e 357 em São Miguel, enquanto nas Canárias 31 voluntários ajudaram mais de 130 aves a chegar ao mar em Tenerife. Números de apenas 5 ilhas, de um total de 20 que formam os três arquipélagos. Esta é apenas a ponta do icebergue de uma ameaça que cada vez mais preocupa os conservacionistas: a poluição luminosa.
Só nestes três arquipélagos, estima-se que 1100 aves marinhas morram todos os anos devido à poluição luminosa - um problema especialmente grave dado que estes são locais de reprodução destas espécies que pertencem ao grupo de aves mais ameaçado do mundo.