O Governo da Argentina disse hoje que o Papa Francisco será recebido “de braços abertos” caso visite o país sul-americano, após o pontífice ter manifestado o desejo de viajar até a sua terra natal no segundo semestre de 2024.
“Após 11 anos de pontificado alegra-nos que o Sumo pontífice tenha manifestado a sua intenção de visitar a Argentina”, disse o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, na conferência de imprensa diária na Casa Rosada, a sede do Governo.
“Decerto que será recebido de braços abertos”, acrescentou.
No domingo, o Papa argentino expressou o desejo de viajar à Argentina na segunda metade do corrente ano, ao manifestar preocupação pela situação no seu país de origem “onde as pessoas estão a sofrer muito”.
“Sim preocupa-me porque as pessoas estão a sofrer muito. É um momento difícil para o país e está a ser planeada a possibilidade de fazer uma viagem na segunda metade deste ano”, disse o Papa em entrevista à televisão italiana.
Francisco, que já foi convidado pelo Presidente argentino, Javier Milei, explicou que em agosto deverá viajar até à Polinésia, e de seguida iria à Argentina, caso seja possível.
“Porque queria ir. Em dez anos, está bem”, apontou Francisco, que nunca mais regressou ao seu país natal desde que foi eleito papa em 2013.
Milei, um economista ultraliberal que durante a campanha eleitoral para as presidenciais argentinas lançou duras críticas ao pontífice, “tem a intenção” de visitar o Vaticano, indicou na passada sexta-feira a chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, a propósito da canonização agendada para 11 de fevereiro da beata María Antonia de Paz y Figueroa (1730-1799), popularmente conhecida como “Mama Antula”.
Antes deste anúncio, Milei escreveu uma carta ao Papa na qual transmitia o “filial afeto do povo argentino” e convidava Jorge Mario Bergoglio a visitar a Argentina.
“A sua presença e a sua mensagem contribuirão para a tão desejada unidade dos nossos compatriotas e vai fornecer-nos a força necessária para preservar a nossa paz e trabalhar pela prosperidade e engrandecimento da nossa querida República Argentina”, disse Milei na missiva, divulgada na passada quinta-feira e entregue um dia depois pela ministra dos Negócios Estrangeiros ao núncio apostólico, monsenhor Miroslaw Adamczyk.
Por sua vez, o Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o ex-Presidente argentino Alberto Fernández, que deixou o cargo em dezembro passado após decidir não se recandidatar às presidenciais.