O bispo da Diocese do Funchal convidou os cristãos a regressarem hoje, como há 2024 anos, ao presépio de Belém, reavivando, assim, a esperança em Deus, como o único caminho para a Salvação.
Na Missa do Galo, celebrada esta noite, na Sé, Nuno Brás lembrou a história do Menino Jesus, filho de Deus, que se apresentou ao Mundo como a Salvação e a Esperança, algo que “organizações que atuavam como deuses” e “autoproclamados messias” não conseguem garantir à Humanidade.
“Outras vezes, desiludidos desses salvadores, alguns disseram (e dizem) que devemos desistir de esperar a salvação: dizem que o salvador jamais chegará e que apenas poderemos sonhar com aquilo que conseguirmos fabricar por meio da ciência e da técnica. Ou, então, querem-nos condenar a um reino de imaginação e de sonho. Contudo nós, seres humanos, não desistimos. Não desistimos de esperar porque a esperança faz parte da nossa humanidade. Não desistimos do céu, não desistimos da felicidade porque trazemos a sua sede alojada no nosso coração. É certo: estamos desenganados de homens que nos oferecem a salvação; estamos desenganados de nós mesmos e das nossas capacidades técnicas e científicas. Por isso, gritamos como Heidegger na sua derradeira entrevista: ‘Apenas um Deus nos pode salvar’. Sim: apenas um Deus nos pode salvar!”, disse o bispo.
Perante uma catedral cheia de católicos, entre madeirenses, estrangeiros e turistas, que estando na Madeira sempre assistem a estas solenidades, o bispo vincou a atualidade da mensagem do Nascimento.
“Sim, precisamos sempre — nós, a quem o pecado envelhece não apenas o corpo como, sobretudo, a alma — precisamos de regressar ao início, ao fundamento: é a condição para nos deixarmos renovar constantemente pelo Evangelho, pela Boa Notícia. Regressamos ao sucedido há 2024 anos porque esse acontecimento histórico nos oferece a garantia, a capacidade de olhar o horizonte com renovada frescura: certos da sua primeira vinda na história, podemos esperar a Sua vinda final”, sublinhou Nuno Brás.
A concluir, exortou: “Nesta noite, uma vez mais, também nós nos erguemos e caminhamos para o Presépio: vale a pena ir ao encontro do Menino e reconhecê-Lo. Nesta solenidade, 2024 anos depois, deixemo-nos inebriar pelos cânticos e pela luz divina que, ainda hoje, brotam do Presépio onde nasceu Jesus, e que aos nossos sentidos dão a certeza de que o Salvador nasceu para nós!”