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Artigo de Opinião

15/08/2023 06:00

Tentar impingir um regime de festa permanente, com doses cavalares de arraiais e entretenimento para adormecer a população, e fazê-las esquecer das condições precárias em que vivem, por quanto mais tempo vai funcionar?
Falar contra as milhentas festas do regime, é a mesma coisa que falar contra o milagre de Fátima e dos Três Pastorinhos. E que tal abrirmos a pestana e percebermos que este clima de festa constante traz água no bico? Vão às festas, desforrem-se do confinamento da Covid, mas reclamem, batam o pé!

Pergunto-me por quanto tempo mais a política do Pão e do Circo vai funcionar? Estamos assim tão atrasados civilizacionalmente? Será a proximidade de África e o distanciamento do continente europeu? Somos assim tão provincianos e despolitizados, para continuar a bater recordes de longevidade política do mesmo partido no poder?! Talvez seja mais fácil viver na ilusão, e persistir no erro, do que aceitar que fomos enganados.

Perante as dificuldades financeiras que os madeirenses enfrentam neste momento, com a inflação e a subida das taxas de juro, com empobrecimento contínuo da classe média, que soluções tem este governo? Ninguém questiona ou exige? As pessoas correm o risco de perder a sua casa. Os salários estão tão baixos e estagnados que não conseguem fazer face às despesas. Muito menos ter momentos de lazer e de férias fora da Região.

Os problemas que tínhamos nos últimos dois mandatos mantêm-se, com a agravante de que agora ainda temos de lidar com as consequências do Covid, com o aumento do custo de vida e com a subida dos créditos, sem que os bancos remunerem as poupanças na mesma proporção. Uma agiotagem vergonhosa, com a qual ninguém se parece importar, nem o Governo da República, nem o Regional. Assistimos caladinhos aos lucros astronómicos da banca. Sendo que uma boa parte dos impostos que pagamos já vão direitinhos para os bancos, para pagar o famigerado buraco da Madeira e o serviço da dívida. Um saco sem fundo!

Quiçá vivemos na fantasia que a dívida do arquipélago teve razão de ser. Que temos obra feita e que isso é que é sinónimo de desenvolvimento. Talvez pensem que somos a ansiada Singapura do Atlântico, temos boas infraestruturas, vias rápidas, campos de futebol, parques industriais, promenades, campos de golfe, e que até somos um local de vanguarda tecnológica graças ao nosso Brava Valley, e em breve teremos uma Bitcoin e sistemas de cibersegurança para exportar mundo fora.

Não sinto o frenesim eleitoral habitual, a loucura em fazer à pressa o que não se fez nos últimos 4 anos. Não há esforço, não há sequer a preocupação de tapar o sol com a peneira. Será o lambebotismo dos órgãos de comunicação social suficiente? O betão por todo o lado? A subsidiodependência? Os empregos na administração pública através do cartão laranja? As festas em todas as freguesias? As excursões de velhinhos ao Porto Santo? Os tiros nos pés da oposição? Tudo isto justifica a reeleição deste Governo?

Será que estamos assim tão resignados, que é melhor deixar como está e vindo outro ainda poderia ser pior?

Estamos a um mês e meio das eleições e os nossos governantes não podiam estar mais despreocupados. Pensam que esta eleição estará no papo?!

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