O Papa Francisco apelou hoje aos participantes na cimeira climática COP28 para que se comprometam “sem demora com uma necessária conversão ecológica global”, pedindo-lhes que superem nacionalismos e modelos do passado para se chegar a uma “visão comum”.
“Mesmo que seja à distância, acompanho com muita atenção os debates da COP28 no Dubai (...) Renovo o meu apelo para responder às alterações climáticas com mudanças políticas concretas”, disse o Papa, convalescente de uma bronquite, que o obrigou a desistir de viajar para o Dubai, num texto lido por um assistente sentado ao seu lado na sua residência privada após a tradicional oração do Angelus.
“Vamos fugir das restrições dos detalhes e dos nacionalismos, dos modelos do passado e adotar uma visão comum, comprometendo-nos todos agora e sem demora com uma necessária conversão ecológica global”, acrescentou Francisco, que ainda cansado abandonou a sua tradicional aparição de domingo à janela no palácio apostólico da Praça de São Pedro, mas cujas imagens foram transmitidas em ecrãs.
O Papa já tinha apelado no sábado aos participantes na 33.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) para assumirem “um ponto de viragem” com vista a alcançar “uma aceleração decisiva da transição ecológica”, num discurso lido pelo número dois do Vaticano, o cardeal e secretário de Estado Pietro Parolin, que representou o líder católico no Dubai.
Desde a sua eleição em 2013, Francisco fez da defesa do ambiente uma prioridade do seu pontificado, tendo produzido em 2015 a sua encíclica “Laudato si” (“Louvado sejas”), um manifesto de 200 páginas por uma “ecologia integral”.
O pontífice argentino publicou um novo texto sobre o clima no dia 04 de outubro, intitulado “Laudate Deum” (“Louvado seja Deus”), que apela às grandes potências para que abandonem os combustíveis fósseis.
Representantes de quase todos países do mundo estão reunidos no Dubai até 12 de dezembro para a COP28, em que será feito o primeiro balanço global de oito anos de ação climática.
A cimeira do clima que começou na quinta-feira no Dubai vai debater estratégias de adaptação e mitigação, apoios financeiros, e fazer um balanço de oito anos de ação climática, que a ONU diz ir em sentido contrário.
O país que acolhe a cimeira - Emirados Árabes Unidos - é um dos maiores produtores mundiais de petróleo.