A oposição que reclama a vitória nas eleições presidenciais venezuelanas felicitou hoje Donald Trump pela eleição para a presidência dos Estados Unidos da América (EUA), afirmando contar com o apoio do republicano.
“Dou os meus parabéns ao Presidente eleito Donald J. Trump e ao povo dos Estados Unidos pelo processo eleitoral cívico e massivo”, escreveu María Corina Machado na sua conta da rede social X (Twitter).
A líder da oposição venezuelana, que vive na clandestinidade em Caracas desde que Nicolás Maduro foi declarado o vencedor das eleições presidenciais de julho, acrescentou que a “Venezuela vive dias decisivos para milhões de cidadãos e para a democracia e para a estabilidade na região”.
“Sabemos que temos o apoio dos povos das Américas e dos seus governos democráticos para assegurar uma transição sem demora para a democracia. E sabemos também que sempre pudemos contar consigo”, escreveu Machado, dirigindo-se diretamente a Trump para garantir que a fação política que representa “será um aliado fiável”.
“O governo democrático que nós, venezuelanos, elegemos a 28 de julho e que assumirá o seu mandato constitucional a 10 de janeiro [data da tomada de posse oficial do presidente venezuelano], será um aliado fiável para trabalhar com a sua administração”, defendeu.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
O Supremo Tribunal ratificou a vitória de Maduro, cuja equipa continua a garantir que tomará posse a 10 de janeiro.
Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, entre 2017 e 2021, Trump adotou uma linha dura em matéria de sanções económicas contra a Venezuela e reconheceu o então líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino, numa tentativa vã de afastar Maduro do poder.
González Urrutia, atualmente exilado em Espanha, também felicitou Trump.
“Com a mesma responsabilidade de presidente eleito, desejo reforçar as nossas relações”, indicou.
Donald Trump, 78 anos, reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de terça-feira, embora os resultados finais ainda não tenham sido confirmados.
Quando ainda decorre o apuramento dos resultados, e segundo as projeções conhecidas, o republicano já ultrapassou os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para regressar à Casa Branca (presidência dos EUA).
Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.
Será a primeira vez em mais de um século que um ex-presidente volta ao cargo após perder uma eleição (em 2020) e também a primeira vez que um criminoso condenado irá ocupar a presidência do país.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado (câmara alta do Congresso) ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes (câmara baixa) segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.