O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Hungria convocou hoje o embaixador dos EUA em Budapeste devido às declarações do Presidente Joe Biden, que afirmou que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, quer instalar uma ditadura.
“Não somos obrigados a tolerar mentiras como estas da parte de ninguém. Nem mesmo que essa pessoa seja o Presidente dos Estados Unidos da América”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, para justificar o motivo da convocação do embaixador dos EUA, David Pressman, de acordo com um comunicado do ministério.
O embaixador já se apresentou no ministério, acrescentou o chefe da diplomacia húngara, que, tal como Orbán e outros membros do Governo, manifestou o seu apoio ao candidato republicano e ex-presidente, Donald Trump, na sua corrida presidencial norte-americana contra Biden, a quem definem como um “fomentador da guerra”.
Biden criticou na semana passada o facto de Trump se ter reunido com Orbán no estado norte-americano da Florida, tendo manifestado a sua preocupação com o encontro.
“Sabem com quem ele se encontrará hoje em Mar-a-Lago? Com Orbán, da Hungria, que afirmou categoricamente que não acredita que a democracia funcione, que quer instalar uma ditadura”, denunciou Biden num comício eleitoral em Wallingford, nos arredores da cidade de Filadélfia, pouco antes do encontro entre Trump e o chefe de governo húngaro.
A embaixada dos EUA em Budapeste confirmou, num breve comunicado, que o embaixador foi convocado de urgência pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e afirmou que “o embaixador (David) Pressman fica agradado com a oportunidade de discutir o estado da democracia na Hungria”.
Recentemente, Trump garantiu que Orbán é o “político mais forte da Europa”; o primeiro-ministro húngaro foi o único chefe de Governo da União Europeia a apoiar o ex-presidente norte-americano nas eleições de 2016 e 2020.