Mais de 60 cidadãos do Maláui foram detidos pela polícia moçambicana, em poucos dias, a cruzar o país ilegalmente para tentarem chegar à África do Sul, anunciou hoje o Serviço Nacional de Migração (Senami) na província de Sofala.
“Temos aqui 64 cidadãos retidos por imigração ilegal, sendo que foram interpelados pelas autoridades em dias diferentes. Todos do Maláui e tinham como destino a vizinha África do Sul”, disse Francisco Chambal, porta-voz do Senami na província de Sofala, centro de Moçambique, em declarações aos jornalistas.
Os 64 imigrantes foram interpelados no distrito de Dondo, província de Sofala, em grupos diferentes, o primeiro dos quais composto por 34 pessoas, detetado no domingo passado e já repatriado. Seguiram-se mais 20 pessoas interpeladas pelas autoridades na quarta-feira e mais dez na quinta-feira, estando em curso ações para o seu repatriamento.
“Notámos com preocupação que há um número elevado destes cidadãos que se fazem ao território nacional sem obedecer às formalidades de entrada. A intenção destes indivíduos é usar o nosso país como corredor para chegar à África do Sul”, afirmou Chambal.
O porta-voz acrescentou que as autoridades estão perante um novo cenário usado pelos imigrantes ilegais, que são as rotas interdistritais para chegar aos seus destinos, na África do Sul, cruzando o território moçambicano.
“É uma estratégia nova que usam, de optar por rotas interdistritais, porque pensam que as autoridades prestavam mais atenção na rota interprovincial. Constitui uma preocupação para nós, porque ainda não encontrámos os facilitadores para a entrada de cidadãos ilegais no país”, notou ainda o porta-voz do Senami.
Contudo, precisou que há um trabalho em curso com outras autoridades para apurar as circunstâncias e os mecanismos que são usados por estes imigrantes.