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Médio Oriente: Novos bombardeamentos israelitas causam 30 mortos no leste do Líbano

Data de publicação
06 Novembro 2024
17:55

Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas hoje numa nova vaga de bombardeamentos israelitas na região de Baalbek-Hermel, no leste do Líbano, indicou o governador da região, Bachir Khodr.

“Hoje, 20 ataques aéreos na província de Baalbek-Hermel mataram 30 pessoas e feriram 35”, declarou o governador na conta pessoal na rede social X, sem dar mais pormenores sobre os locais visados.

Khodr afirmou tratar-se de um dos dias mais violentos contra a área desde o início da campanha aérea de Israel, há pouco mais de um mês.

Segundo a Agência Nacional de Notícias libanesa (ANN), pelo menos cinco pessoas foram mortas num bombardeamento no bairro de al-Shaiqan, na cidade histórica de Baalbek, uma zona que foi alvo nos últimos dias de ordens de evacuação por parte do exército israelita.

Os meios de comunicação social estatais informaram que mais sete pessoas foram mortas na cidade fronteiriça síria de Mishrifa, a norte de Hermel, onde as equipas de salvamento também contaram “vários feridos” e continuam a limpar os escombros, pelo que o número de mortos poderá aumentar.

Entretanto, um ataque aéreo ocorrido hoje de manhã na cidade de al-Ain, no vale oriental de Bekaa, causou mais sete mortos, dois feridos e a “destruição total de uma casa”, segundo a ANN.

Nas últimas semanas, Israel intensificou os bombardeamentos no leste do Líbano e nas zonas fronteiriças com a Síria - também em território sírio -, uma vez que o exército do Estado judaico alega que o grupo xiita libanês Hezbollah está a armazenar armas e munições na região leste.

Só no Líbano, desde o início dos confrontos entre Israel e o Hezbollah, a 08 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, foram mortas mais de 3.000 pessoas e deslocadas mais de 1,2 milhões.

No entanto, estima-se que cerca de 2.000 pessoas tenham sido mortas só desde 23 de setembro deste ano, quando o exército israelita lançou uma campanha de bombardeamentos maciços contra diferentes partes do Líbano e, uma semana depois, lançou uma ofensiva terrestre no sul.

Hoje, o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o movimento tem dezenas de milhares de combatentes treinados para enfrentar o exército israelita, avisando que nenhum lugar em Israel está “a salvo” dos mísseis e ‘drones’ do grupo xiita pró-iraniano.

“Temos dezenas de milhares de combatentes da resistência treinados que podem enfrentar e fazer frente” a Israel, afirmou Qassem num discurso transmitido pela televisão, destinado a assinalar os 40 dias da eliminação do antigo líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita.

“Nenhum lugar na entidade israelita está fora do alcance dos [nossos] ‘drones’ e mísseis”, acrescentou.

Na altura em que Qassem discursava na televisão, o exército israelita lançou um novo apelo aos habitantes dos subúrbios do sul de Beirute para deixarem duas zonas onde, garantiu, vai efetuar ataques aéreos contra o Hezbollah.

“Estão situados perto das instalações e dos interesses do Hezbollah”, escreveu o porta-voz do exército em árabe, Avichay Adraee, na rede social X, numa mensagem acompanhada de mapas das zonas visadas pelos ataques.

Na sua intervenção na televisão, gravada antes do anúncio da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, o líder do Hezbollah defendeu também que um acordo de cessar-fogo não depende dos resultados do escrutínio.

As declarações de Qassem surgem depois de mais de um mês de guerra aberta com Israel, um aliado tradicional dos Estados Unidos.

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