Localizada no leste de França, quase na fronteira com a Alemanha e a cerca de 490 quilómetros de Paris, Estrasburgo faz jus à sua vocação europeia, ou não fosse esta cidade o coração do Parlamento Europeu e, há quem diga, da Europa como um todo.
De facto, aqui, onde se encontra uma equipa de reportagem do JM, o quotidiano é marcado por um vaivém constante de visitantes, eurodeputados e jornalistas, que acorrem a este ponto do mapa para acompanhar os mais recentes desenvolvimentos da vida na União Europeia, misturando-se com os residentes, numa simbiose que não causa estranheza, já que espelha o ‘ser europeu’.
Por isso mesmo, a Gare de Strasbourg é onde ‘desaguam’ muitos dos que, vindos dos quatro cantos da Europa, por estes dias fazem do Parlamento Europeu a sua morada. Aliás, é justamente desta estação que parte o JM rumo ao segundo dia de sessão plenária, que arrancou na passada segunda-feira e que termina já amanhã.
Certo é que, ainda que a manhã estivesse a principiar, a azáfama já pautava as ‘portas’ desta casa europeia, nas proximidades das bandeiras dos 27 Estados-Membros, onde agricultores se preparavam para dar início ao seu protesto, o qual obrigou ao encerramento de estradas e que, mais tarde, chegou inclusivamente a complicar a entrada de vários visitantes.
Até porque, recorde-se, uma vez que está aberto aos interessantos durante todo o ano, seis dias por semana, de forma gratuita, esta terça-feira foi mais um dia de casa cheia no Parlamento Europeu, como confirmou o Jornal no seu ziguezague por esta instituição, abraçada pelo rio III.
Pelos corredores, uma variedade de línguas ‘dançavam’ e davam ritmo ao dia de trabalhos.
Entretanto, com dossiers para fechar nesta reta final do mandato de 2019-2024, do hemiciclo às salas de conferências e de reuniões, o dia seguiu a todo o vapor, sucedendo-se votações, debates, decisões e propostas que diariamente moldam a vida na Europa, ao tocar em matérias como a Inteligência Artificial, o Dia Internacional da Mulher, a descarbonização, a liberdade de imprensa, a proteção dos consumidores e até a redução do desperdício de têxteis.
Por conseguinte, canais televisivos, rádios e jornais cobriam ao minuto os mais recentes desenvolvimentos, ocupando estúdios, assentos no hemiciclo e cantinhos improvisados.
Enquanto isso, centenas grupos de curiosos e de estudantes ‘corriam’ os vários andares do Parlamento Europeu, para mergulhar a fundo na sua rotina e na história da União Europeia, que ocupa paredes e painéis interativos, que nos convidam a viajar de forma criativa e inovadora pelo hemiciclo e a conhecer as caras que dão voz às aspirações dos europeus nas sessões plenárias.
Há ainda quem se detenha a contemplar as exposições e as obras de artes que ‘pintam’ as paredes desta instituição ou se atreva a vestir a pele de um eurodeputado ao sentar-se na sala 360.º, que mimetiza um parlamento em ponto pequeno. Outros optam por participar nas iniciativas e jogos de tabuleiro e de cartas que destacam os valores e a cronologia europeia. E, naturalmente, também não faltam os visitantes que se sentam a assistir à sessão plenária, colocando nos ouvidos os auriculares para ouvir a imediata tradução dos discursos para a sua língua.
A verdade é que no Parlamento Europeu as opções parecem ser infinitas e o objetivo é que os visitantes compreendam que esta também é a sua casa.