O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, revelou hoje estar a caminho da Ucrânia, quando se aproxima o segundo aniversário da invasão do país pela Federação Russa.
“Estou a caminho da Ucrânia”, disse Borrell, em declarações aos jornalistas em Varsóvia, insistindo na necessidade de a UE continuar a apoiar o país, dois anos depois de a Rússia ter iniciado uma invasão em larga escala.
Citado pela AFP após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Borrell apelou aos Estados-membros para que se concentrem no envio de munições para a Ucrânia, em detrimento dos contratos que têm com países terceiros.
Na Ucrânia encontram-se desde esta manhã os ministros dos Negócios estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Educação, João Costa, tendo ambos participado hoje no Fórum de Reconstrução de Jitomir, com organização tripartida de Portugal, Ucrânia e Estónia.
Na terça-feira, os dois ministros têm encontros previstos com os respetivos homólogos e são recebidos por Volodymyr Zelensky.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE já tinham concluído, durante uma reunião informal em Bruxelas no sábado, que tinham de priorizar o envio de munições para a Ucrânia, depois de darem como perdida a ambição de enviar até ao final de março um milhão de munições de artilharia, especificamente 155 milímetros, para a Ucrânia.
A promessa tinha sido feita em março de 2023, mas a impossibilidade de acelerar a produção e de adquirir em tempo útil munições de grande calibre fez cair por terra a ambição europeia de reabastecer a Ucrânia e os próprios stocks europeus.
As capacidades de armazenamento dos 27 Estados-membros diminuíram consideravelmente desde 24 de fevereiro de 2022, por causa do apoio militar à Ucrânia.
Os 27 da UE decidiram enviar um milhão de munições até ao final do ano, aproveitando os mais de 300.000 projéteis que já tinham conseguido.