Uma deputada do partido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou o chefe das forças armadas ucranianas por não ter sido capaz de apresentar um plano para 2024, noticiou hoje a imprensa internacional.
De acordo com a agência de notícias EFE, Mariana Bezugla também afirmou que a atual liderança do exército “deve sair”.
As declarações, publicadas pela legisladora do partido Sluga Narodu [Servo do Povo] na rede social Facebook, provocaram duras críticas na Ucrânia, onde alguns interpretaram as suas palavras como prova de alegadas tensões entre o Presidente e o chefe das forças armadas, Valerii Zaluzhnyi.
Estes rumores ganharam força no início deste mês, depois de Zaluzhnyi ter publicado um artigo no The Economist no qual reconhecia que as frentes de combate tinham estagnado e alertava para uma nova fase posicional da guerra que poderia favorecer a Rússia.
Zelensky não apoiou publicamente as teses de Zaluzhnyi e insistiu, quando questionado sobre o artigo do responsável pelas forças armadas, que a Ucrânia não se pode permitir pensar na possibilidade de perder.
A própria Mariana Bezugla – que já tinha criticado a liderança do exército nos últimos dias – afirmou na sua publicação que as alegadas tensões, que não foram tornadas públicas, estão a acontecer devido à alegada incapacidade da liderança das forças armadas em apresentar um plano para 2024.
A deputada criticou o facto de a liderança militar apenas se limitar a incluir a mobilização de mais recursos humanos nos seus planos e não acrescentarem “nenhuma proposta de mudanças sistémicas” nas Forças Armadas.
A posição de Bezugla é uma das primeiras posições públicas de alto nível contra Zaluzhnyi a aparecer desde o início da guerra.
O general Zaluzhnyi é uma das figuras mais respeitadas na Ucrânia e nenhuma figura pública com influência questionou o seu trabalho na guerra.