O conselheiro para a Segurança Nacional norte-americano e secretário-geral da NATO evitaram hoje comentar a noticiada substituição pelo Presidente ucraniano do comandante das Forças Armadas, com o dirigente norte-americano a frisar ser “uma decisão soberana”.
“Vou deixar os ucranianos falarem sobre as suas próprias decisões. É uma decisão soberana, de um país soberano. Um líder eleito tem de fazer as suas escolhas”, comentou Jake Sullivan, em conferência de imprensa conjunta com Jens Stoltenberg, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
O Conselheiro de Segurança Nacional de Joe Biden acrescentou apenas que Washington “vai continuar a apoiar o Governo da Ucrânia e as Forças Armadas” no contraofensiva que dura há meses, para tentar reconquistar os territórios que a Rússia ocupou há dois anos.
Nas últimas semanas aumentaram as tensões entre o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Valeri Zaluzhny.
O general, um dos mais condecorados na Ucrânia e à frente das Forças Armadas desde 2021, terá recebido de Zelensky a notícia de que iria ser substituído, de acordo com a imprensa internacional.
A decisão terá sido recebida com desagrado pelas mais altas patentes militares, motivando tensões entre a Presidência e algumas esferas militares.
O Presidente ucraniano anunciou uma remodelação em vários setores da administração pública e também dos ramos militares, neste último, para tentar ‘refrescar’ a maneira como o conflito está a ser conduzido, numa altura em que o apoio da União é lento, ainda que persistente, e o dos EUA é incerto e estagnou.
Questionado sobre o mesmo tópico, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) considerou que é uma decisão que apenas diz respeito à Ucrânia e citou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, que admitiu que não interferir nas relações com os países da NATO.