O presidente do Conselho Europeu disse hoje que apenas um país está contra a revisão do orçamento da UE a longo prazo e rejeitou especular sobre a possibilidade de decidir apenas a 26.
”Acabámos a nossa reunião hoje à noite. Discutimos o quadro financeiro plurianual e 26 líderes concordaram com a proposta em todos os seus componentes, para ser preciso, um líder, a Suécia, tem de consultar o seu parlamento, em linha com o procedimento habitual para este país, e um líder discordou”, sustentou Charles Michel, em declarações aos jornalistas, no final do primeiro dia de reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Apesar da falta de acordo, o presidente do Conselho referiu que “há um forte apoio” à proposta de revisão do orçamento da UE a longo prazo, que engloba “todas as prioridades”, desde o “apoio à Ucrânia, migrações e o fundo de solidariedade”.
”Vamos voltar a isto no início do próximo ano”, confirmou, acrescentando, contudo, que houve progressos no que diz respeito ao alargamento e que os 27 enviaram “um sinal muito forte aos cidadãos europeus e aos ucranianos”.
Questionado sobre a possibilidade de a questão ser ultrapassada a 26, como foi na quinta-feira a abertura das negociações formais com a Ucrânia e a Moldova - o primeiro-ministro húngaro não participou na votação -, Charles Michel rejeitou especular sobre o assunto e disse querer concentrar-se em chegar à unanimidade entre os Estados-membros.
O primeiro dia do Conselho Europeu terminou hoje em Bruxelas sem acordo sobre a revisão do orçamento da UE a longo prazo, que inclui apoio financeiro à Ucrânia, estando marcada nova cimeira para início de 2024.
Após um dia de intensas negociações, que começaram pelas 10:00 (09:00 em Lisboa) de quinta-feira e terminaram pelas 02:30 (01:30 em Lisboa) de hoje, os chefes de Governo e de Estado da UE não chegaram a acordo sobre a revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2024-2027 e a reserva financeira de 50 mil milhões de euros de apoio à reconstrução e modernização da Ucrânia, indicaram fontes europeias à agência Lusa.
As mesmas fontes comunitárias assinalaram que chegou a estar em cima da mesa uma proposta portuguesa de avançar apenas a 26 Estados-membros, distribuindo os encargos por estes, no âmbito do quadro de negociação que foi afinado esta noite, dado o bloqueio da Hungria, mas não havia base jurídica que o suportasse.