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Adesão a greve de guardas prisionais rondou os 95%

Data de publicação
22 Fevereiro 2024
17:58

A adesão dos guardas prisionais à greve geral de hoje rondou os 95%, estimou o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que convocou a paralisação.

“A greve de hoje encontra-se nos 95% de adesão a nível nacional. Estamos a falar de cerca de 1.200 guardas”, disse à Lusa Frederico Morais, dirigente do SNCGP, adiantando que os profissionais exigem melhores condições salariais, dando o seu caso como exemplo por auferir pouco mais que o salário mínimo, apesar dos 20 anos de serviço, e pedem justiça na progressão na carreira, com um sistema de avaliação semelhante ao da PSP.

Outra das principais reivindicações é a equiparação ao suplemento de missão atribuído à Polícia Judiciária (PJ), exigência que tem motivado também os protestos da PSP e da GNR, que decorrem há mais de um mês.

“Infelizmente, o Ministério da Justiça, mais uma vez, esqueceu-se do corpo da guarda prisional, algo que a senhora ministra fez com muita habilidade ao longo de 18 meses”, lamentou o dirigente sindical.

Além da greve, várias centenas de guardas juntaram-se hoje, em Lisboa, para uma “marcha fúnebre” desde o Estabelecimento Prisional de Lisboa até ao Ministério da Justiça, na Praça do Comércio, promovida por um movimento não sindicalizado de guardas, apesar de ter o apoio do SNCGP e da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP).

Estimando que o número de manifestantes possa ultrapassar os mil, Frederico Morais, que também participou na marcha, elogiou a adesão dos guardas, que diz “demonstrar a quem está no Governo e a quem poderá vir a seguir” que os guardas prisionais irão “exigir o respeito que nenhum governo teve até hoje”.

Durante mais de uma hora, os guardas carregaram um caixão por várias ruas de Lisboa, para “simbolizar o enterro da guarda prisional, que é o que a tutela tem feito há bastante tempo”, explicou um porta-voz do movimento.

A menos de um mês das eleições legislativas, que se realizam em 10 de março, Fábio Valente disse que os profissionais estão “fartos de promessas”, sublinhando a exigência de equiparação ao suplemento de missão da PJ.

Já na Praça do Comércio, os guardas colocaram o caixão e centenas de velas em frente ao Ministério da Justiça, onde representantes do movimento, do SNCGP e da ASCCGP entregaram um manifesto.

À saída do Ministério, Fábio Valente disse que espera respostas às reivindicações do atual Governo demissionário e assegurou que os protestos não vão parar até às eleições.

“Vamos fazer um compasso de espera para obtermos uma resposta, mas o caminho faz-se caminhando e nós temos esse caminho bem traçado. Até dia 10 de março ainda falta algum tempo e até lá vamos ter novidades”, disse.

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