A Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, congratulou-se hoje com a eventual localização do futuro aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), por considerar que tem mais vantagens para a região e para o país.
“Esta solução vai ao encontro do que a autarquia do Seixal sempre defendeu. A localização em Alcochete é a que apresenta mais vantagens para o desenvolvimento da região e do país. É uma solução de futuro. Sempre fomos firmes no chumbo à opção Montijo, que o Governo tentou impor, mesmo contrariando os pareceres técnicos negativos, por isso considero que esta é também uma vitória dos seixalenses”, afirma o presidente da Câmara do Seixal, em comunicado.
Paulo Silva adiantou que a solução apontada pela comissão responsável pelo estudo da localização do novo aeroporto já está estudada e validada há cerca de 15 anos, no âmbito da avaliação ambiental estratégica, elaborada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) em 2008.
O concelho do Seixal, refere o presidente da câmara, sempre defendeu que a melhor localização para um novo aeroporto complementar de Lisboa era o Campo de Tiro de Alcochete, por considerar que tem poucos impactos ambientais, menores custos de construção, resolve o problema do tráfego aéreo em Lisboa e não afeta de forma negativa a população da margem sul.
Para a Câmara Municipal do Seixal, é essencial que o novo Aeroporto de Lisboa em Alcochete avance em paralelo com a construção da Terceira Travessia do Tejo rodo-ferroviária, entre Barreiro e Lisboa, a ferrovia de alta velocidade, a ponte Seixal/Barreiro e a continuação da construção do Metro Sul do Tejo.
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
No entanto, de acordo com a CTI, Alcochete é a solução que apresenta mais vantagens.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras, “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.
O relatório estará em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar “a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão”, fará então o relatório final.
Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.