A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, desafiou hoje o líder do PS, Pedro Nuno Santos, a “dizer não à exploração de lítio a céu aberto” e apontou um “consenso apodrecido” entre PS e direita nestas matérias.
A caravana do BE arrancou o sétimo dia de campanha oficial na freguesia de Barco, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, sendo objetivo de Mariana Mortágua dar voz à população que quer travar a mineração de lítio a céu aberto na Serra da Argemela.
“Ao longo do tempo temos visto como as leis e as regras foram sendo alteradas para permitir esta exploração, como as declarações de impacto foram sendo atrasadas, como a própria Agência Portuguesa do Ambiente foi tomando decisões em privilégio do interesse privado e às vezes é preciso saber dizer não”, defendeu, em declarações aos jornalistas.
Retomando declarações do líder do PS no congresso socialista de que “às vezes é preciso saber dizer não”, a coordenadora bloquista deixou um desafio direto ao PS.
“Desafio o secretário-geral do PS a dizer não à exploração de lítio a céu aberto e a respeitar estas populações”, apelou.
De acordo com Mariana Mortágua, num eventual entendimento à esquerda após as eleições de 10 de março, estas são as reivindicações que o BE quer levar, por saber que, no parlamento, “quando se trata de proteger as populações, de travar estas minas de lítio a céu aberto, há um consenso apodrecido entre os partidos do centro, entre o PS e a direita”.
A líder do BE acusou esta aliança que se forma para “continuar com o modelo de desenvolvimento que atrasa o país, que não cria emprego, que explora os recursos naturais, que desrespeita as populações”.
“Isso não é o futuro para Portugal. O futuro para Portugal é outro, é um futuro de respeito pelas pessoas, pelo património, de respeito pelo ambiente. E é assim que nós vemos o futuro e estamos cá para afirmar isso tudo. Não vamos desistir destas populações e destas pessoas”, prometeu.