Cerca de 60 enfermeiros concentraram-se hoje junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, onde entregaram uma moção a exigir paridade salarial com as carreiras de técnico superior da administração pública, mas também contratações e progressões.
“O licenciado em gestão ganha mais do que o licenciado em enfermagem”, exemplificou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, em declarações à agência Lusa.
Para os enfermeiros que hoje se manifestaram em São Bento, trata-se de “uma profunda discriminação”.
No local, aprovaram por unanimidade e aclamação uma moção, em que prometem continuar a lutar pela “correção de injustiças” e que entregaram na residência oficial no final do protesto.
Segundo o presidente do SEP, está também em causa a contagem de pontos para progressões na carreira. Aos enfermeiros os pontos foram contabilizados apenas desde 2022, enquanto para outros profissionais a contagem foi feita a partir de 2019.
Os enfermeiros reivindicam igualmente contratações e o fim da precariedade.
“Valorização, sim. Discriminação, não”, “Somos necessários, não podemos estar precários”, foram algumas das frases inscritas nos cartazes que empunharam durante a manifestação.
“Ainda permanece a não contagem justa e essencial dos pontos a que temos direito”, declarou o presidente do SEP ao dirigir-se aos manifestantes, antes da aprovação da moção.
“É totalmente inadmissível que o Ministério da Saúde nos trate como profissionais de segunda”, lamentou o dirigente do SEP.
O sindicato considera que, mesmo em gestão, é possível ao Governo dar resposta às reivindicações doe enfermeiros.