O secretário-geral do PS disponibilizou-se hoje para “apoiar o Governo naquilo que for necessário” no combate aos incêndios, designadamente alterações legislativas, e considerou que este ainda não é o tempo para se tirarem ilações políticas.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Pedro Nuno Santos defendeu que “este é o momento de união, de unidade” e não de se fazer “críticas ao Governo”, salientando que devem estar todos mobilizados “no combate aos fogos, no apoio às populações”.
“Aproveito para disponibilizar o PS para apoiar o Governo naquilo que for necessário e disponibilizar também o PS para as alterações legislativas e políticas que vierem a concluir-se ser necessárias”, afirmou.
O líder do PS referiu que “muita coisa foi feito no passado, por diferentes governos, que correram bem, muitas outras coisas correram mal”, acrescentando que é preciso “fazer a cada momento a avaliação crítica” e “ter a capacidade de repensar”.
“É muito importante um consenso alargado e o PS está disponível para esse consenso com o Governo”, disse.
Questionado se considera que o Governo tardou em reagir aos incêndios, Pedro Nuno Santos respondeu: “Nós não vamos fazer aquilo que o PSD fez em 2017”.
“Este não é o momento para estarmos a fazer críticas ao Governo. (...) Nós temos muitas perguntas para fazer, mas essa não é neste momento a nossa preocupação. A nossa preocupação é estarmos focados - com toda a população, bombeiros, autoridades políticas - no combate aos incêndios e é só nisso que neste momento queremos estar focados”, referiu.
Pedro Nuno Santos salientou que, “no momento certo”, irá avaliar as medidas que foram entretanto adotadas pelo Governo, mas referiu que agora o importante é “ter o país unido a enfrentar esta catástrofe”.
O secretário-geral do PS considerou que, “infelizmente e erradamente”, em 2017, se procurou fazer a “avaliação crítica” e o “combate político” enquanto decorria o combate aos incêndios, numa alusão aos pedidos de demissão do PSD da então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
“Nós não estamos a pedir a cabeça de nenhum ministro, como aconteceu em 2017. É importante que os políticos assumam as suas responsabilidades, obviamente - como aliás dizia o atual líder do PSD na altura -, mas chegará esse momento. Este não é esse momento”, disse.