A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) assegura que não assina acordos “para fazer de conta”, mas vê “disponibilidade” do Governo para “acolher” as suas propostas e com isso chegar a acordo.
“Vamos com expectativa positiva”, disse Armindo Monteiro, à entrada da reunião de Concertação Social, que decorre hoje em Lisboa. O presidente da CIP sublinha, que, apesar de ser “urgente promover aumentos salariais”, é necessário combiná-los com medidas que incentivem a produtividade.
“Não podemos ter apenas uma reunião para decretar aumentos salariais e depois quem tem que os fazer, que são as empresas é outra conversa”, atira, acrescentando que vai insistir com o Governo com as medidas defendidas pela CIP, como é o caso das empresas pagarem voluntariamente um 15.º mês isento de impostos e contribuições, e com a baixa do IRC.
Para a CIP, a redução do IRC é “fundamental, sobretudo, para atrair investimento e para evitar” que este “drene para outros países”, dando o exemplo de países como a Irlanda, Espanha ou França, que têm taxas mais baixas.
Depois de ter ficado de fora do reforço do acordo de rendimentos, em 2023, a CIP assegura que não assina “acordos para fazer de conta”, mas diz acreditar “que é possível” um acordo com este executivo. (...) não por a cor do Governo ser outra, mas porque terá mais disponibilidade para acolher as nossas propostas”, justifica.
Também o secretário-geral da UGT disse, à entrada da reunião, que está “otimista”, dado que o Governo está “aberto” a fazer um novo reforço do acordo de rendimentos. Mas avisa que o acordo “tem mais” do que o salário mínimo, pelo que quer ver esclarecido que medidas serão tomadas para impulsionar a subida do salário médio.
“O salário médio também tem que crescer”, defende, avisando que “não podemos ter um país de salários mínimos”. A UGT defende que o salário mínimo do próximo ano deve ficar próximo dos 890 euros brutos.
Já a CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional) reitera que durante as reuniões bilaterais “não foram avançados” valores relativamente ao salário mínimo nacional, mas insiste que o Governo tem que apostar numa política que “rompa de facto com este percurso de baixos salários”.
À entrada da reunião, Tiago Oliveira lembrou ainda que a central sindical exige um aumento salarial de 15% para todos os trabalhadores em 2025 e que o salário mínimo nacional suba para 1.000 euros.