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Sindicato pede medidas para evitar êxodo de enfermeiros do SNS

Data de publicação
31 Janeiro 2024
17:40

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alertou hoje para a necessidade de medidas que retenham profissionais no Serviço Nacional de Saúde e evitem um novo êxodo para unidades privadas ou para o estrangeiro.

O SEP realizou hoje uma conferência de imprensa junto ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, no distrito de Setúbal, para denunciar esta situação.

Segundo Zoraima Prado, dirigente do SEP para a área de Setúbal, os enfermeiros estão em exaustão e só no Hospital Garcia de Orta dos 78 enfermeiros 63 pediram para sair dos serviços onde estão por essa razão.

Mas a realidade deste hospital, que deveria ter uma equipa de pelo menos 130 profissionais, adiantou, é uma amostra do que se passa em todas as unidades hospitalares do país e em muitos casos os enfermeiros acabam por sair não só do SNS como do país.

“Todos os serviços hospitalares estão com um défice de 40 por cento dos enfermeiros”, frisou Zoraima Prado em declarações à agência Lusa.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera que a saída de profissionais do SNS e consequente falta de meios contribuem para a elevada mortalidade constatada e alertou para novos problemas criados em algumas Unidades Locais de Saúde.

A título de exemplo, o SEP adianta que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo não acautelou a vinculação de enfermeiros com vínculo precário e não finalizou o processo de avaliação e progressão de muitos dos enfermeiros, mantendo dívidas das progressões que não concretizaram, algumas com retroativos por pagar há mais de dois anos.

E em alguns casos, refere o sindicado, “como é exemplo o Hospital Garcia de Orta, atual Unidade Local de Saúde de Almada Seixal, têm progressões para concretizar há mais de um ano e processos de Avaliação do Desempenho por finalizar”.

“O trabalho extraordinário avoluma-se. Mesmo em serviços que chegaram a ‘dispensar’ enfermeiros e diminuir o número de camas para internamento e que têm agora que ser reabertas, como seria previsível, não conseguem assegurar condições seguras para a prestação de cuidados a estes doentes por falta de profissionais”, adianta o SEP numa nota explicativa sobre a iniciativa de hoje.

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