O presidente do Chega considerou hoje que a mensagem de Natal do primeiro-ministro falhou ao não abordar temas como a crise das instituições, a justiça e a saúde, acusando António Costa de não assumir as suas responsabilidades.
“É um primeiro-ministro que consegue na sua última mensagem falhar os dois tópicos principais que era importante tratar hoje e a olhar para o futuro: a crise das instituições e a confiança na justiça, que levou ao fim do seu Governo, e o profundíssimo sistema degradado em que a nossa saúde se encontra hoje”, considerou André Ventura.
O líder do Chega reagia à mensagem de Natal do primeiro-ministro, na qual António Costa afirmou que deixa um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, considerando que Portugal está preparado para enfrentar os desafios com uma população mais qualificada e com menos dívida.
Na sua reação em Lisboa, André Ventura acusou o primeiro-ministro demissionário de uma “profunda incapacidade de fazer um exercício de auto responsabilidade, um juízo crítico de auto responsabilização”.
Na opinião do líder do Chega, “António Costa falhou em toda a linha ao não conseguir dar aos portugueses a tranquilidade que o país precisava numa noite de Natal”, acusando o PS e o primeiro-ministro de viverem “numa realidade paralela completamente diferente da maioria dos portugueses”.
“Esperemos que em março os portugueses saibam dar a resposta a quem não quer viver nem resolver os seus dramas e os dramas de Portugal”, disse.
O presidente do Chega defendeu que o primeiro-ministro “tocou nos temas que lhe interessava” e fez uma “mensagem de propaganda” que “vai dizer pouco à grande generalidade dos portugueses”.
“Afinal quem ouvir o primeiro-ministro parece que não vivemos uma crise profunda na saúde, parece que a justiça não precisa de salvaguardar a sua independência e ter meios para poder agir, parece que não aumenta todos os dias o número de sem-abrigo e o risco de pobreza, parece que Portugal não fica para trás no conjunto da União Europeia”, salientou.
Para Ventura, António Costa “não tem consciência do país altamente fragilizado que deixa, das instituições altamente descredibilizadas que abandona e do sistema político altamente fragilizado que também vai deixar”.
Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro afirmou que deixou um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, considerando que Portugal está preparado para enfrentar os desafios com uma população mais qualificada e com menos dívida.
António Costa defendeu esta posição na sua nona e última mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, cerca de um mês e meio depois de se ter demitido da chefia do Governo por causa de uma investigação judicial e quando estão marcadas eleições legislativas antecipadas para 10 de março.