Como é do conhecimento em geral trata-se de um dos grandes problemas atuais deste país e sem solução à vista sobretudo para as pessoas que não dispõem de meios financeiros suficientes para poderem ter a sua casa e simultaneamente disfrutarem de um bem-estar mais ou menos aceitável.
Se prestarmos atenção à natureza das notícias que sobre este assunto diariamente vêm para a praça pública ficamos cientes desta gravidade, senão vejamos : o preço das matérias primas para a construção subiu; a mão de obra também; o poder de compra dos particulares estagnou; os salários não sobem o suficiente para que uma importante parcela dos mesmos seja destinado à habitação; os empréstimos bancários só acontecem quando as garantias, são bem superiores ao valor do empréstimo; os mediadores imobiliários que conhecem muito bem os mercados tanto da propriedade como dos potências clientes para a compra de casa puxam pelo preço para cima, o que é natural uma vez que ganham na comissão; a inexistência de cooperativas de habitação, como foi no passado que sempre contribuíram para facilitar e por preços acessíveis, a aquisição de casa própria, enfim um leque de certo modo alargado de obstáculos que estão a contribuir para a referida dificuldade, sobretudo para os mais novos poderem comprar casa.
Dito isto, naturalmente que competirá aos governos encontrarem as soluções para tão importante problema social e não as têm. Ora, o mais legítimo, seria os governos, tanto o central como os regionais e neste concreto, o da Região da Madeira, lançarem, com carácter de urgência, um programa específico a preços controladas com o fim de contribuir para que os especuladores diminuam de intensidade.
Mas a situação não é assim tão linear como, à primeira vista, possa parece, ou seja, os governos a influenciarem os mercados, assumem o estatuto de concorrente desleal e por isso não o devem fazer para que os mesmos funcionarem livremente. Recorde-se que estamos numa economia de mercado e qualquer intromissão dos governos entre a oferta e a procura e a concorrência é sempre mau. Ou seja, o problema da habitação parece estar bloqueado e sem solução à vista. Então é exatamente nestes casos que os governos se devem socorrer da I. A. para conseguirem resolver os problemas que a inteligência humana não consegue.
Assim, como ainda não se encontram esses equipamentos à venda, devem os governos estimular os estabelecimentos de ensino superior, em particular as universidades para que os seus departamentos de matemática acelerem os programas de investigação e ponham a I. A. a funcionar e assim se encontrem todas as soluções dos problemas que a inteligência humana não consegue.
Este é o quadro segundo o qual a I. A. vai contribuir e que em muitos domínios já está em alta como por exemplo na medicina. Será sobremaneira um valioso contributo ao desenvolvimento sustentado a todos os casos que possam parecer irresolúveis e em toda a sua dimensão, conforme temos vindo, há cerca de ano e meio a escreve nesta página.
O ambiente empresarial da imobiliária no nosso país é muito complexo e isto porque não está constituída, uma entidade altamente especializada neste domínio que possa recomendar não só aos empresários, como também ao poder político para que em determinado momento, tomem as melhores medidas a fim de evitar qualquer crise e que neste caso se chama Habitação. Este sector (construção; habitação; preços; oferta; procura; concorrência e muito mais) está a gerar alguns desequilíbrios estruturais sempre com consequências imprevisíveis.
Aproximam-se eleições. Fazemos votos para que, quem vier a governar sinta que este país precisa com urgência de muito mais ciência do que política. Será necessário algum iluminismo bem mais técnico do que foi o da Renascença.