Na parte da manhã de quinta-feira fez-se história na Assembleia Legislativa da Madeira. Bem, na verdade não se fez. Mas faltou pouco! Está bem que foi a primeira vez que se assistiu a uma eleição com 2 candidatos a Presidente... E que um deles era do género feminino! Porém, a “sorte” saiu ao do costume.
Desengane-se aquele que pensa que foi fácil. Não foi! Só houve maioria à 3.ª votação. Mas também não se iluda quem pensa que alguma vez aquele lugar esteve em risco de cair para o lado da senhorita. Há quem diga que o acordo já estava feito. Inclusive fizeram questão de o demonstrar com fotos! Juro. Eu li, com os meus 2 olhos que o fogo há-de cremar, um documento assinado por três deputados do Chega em que indicavam o nome do candidato que apoiavam. Se era falsificado? Forjado? Adulterado? Não faço ideia... Mas que bateu certo, bateu! Disso não tenho grandes dúvidas.
Vejamos, na primeira ronda, e para não dar muito nas vistas, o centrista recolheu apenas 20 votos! E escrevo apenas porque se juntássemos os 19 do PSD e os 2 do CDS, percebíamos que algum “banana” se tinha “enganado”. Ou não! Do outro lado, a (in)dependente somou 22. 11 do PS, 9 do JPP, 1 do PAN e o outro da IL ou de um dos desalinhados do Chega.
Na segunda, já se começou a desenhar a reviravolta. Sancha continuou com os mesmos 22! Já José Manuel Rodrigues “conquistou” mais 3 do que na primeira “rodada” e passou para a frente. Porém ainda não era suficiente. 23 não eram 24! Era preciso baralhar e voltar a dar, que é como quem diz: voltar a votar.
E aí sim, à terceira foi de vez! Se Campanella continuou a contar com o coerente apoio dos mesmos de sempre, já o seu concorrente “comprou” o voto que lhe faltava. Voilá. Estava assim escolhido o Presidente Pescada. O tal que antes de o ser já o era! Ficava então desatado o nó. Ou não.... É que, pelo menos para mim, não era apenas esta escolha que estava em jogo. Era também uma oportunidade para começarmos a perceber para que lado se inclinariam os diversos partidos... E para isso era preciso fazer contas e tentar desvendar a direção do voto de cada um!
Se quiserem, acompanhem-me nas minhas contas, ainda que as mesmas não passem de cálculos mentais com base na minha intuição. O que, na verdade, acarreta desde logo um risco enorme de estar ferido de veracidade. Desculpem-me, desde já, se for o caso.
Ora bem, 21-1 (João Cunha e Silva, o nulo) = 20! Com os 4 do Chega? Bingo!!
Afinal de contas, aqueles que colaram cartazes afirmando que “a Madeira tem de mudar”, estão prontos para deixar tudo na mesma. Deram todas no crava e nenhuma na ferradura. Bravo.
Já na parte da tarde, era a vez do XV Governo tomar posse. Também aqui, ficou quase tudo na mesma. Tirando a saída de Barreto, o resto segue a reto. Disso mesmo deu conta o Presidente Miguel Albuquerque no seu discurso “inaugural”. Discurso esse que mereceu, da parte de Jaime Filipe Ramos, rasgados elogios. “Foi muito claro, muito objectivo... Foi um excelente discurso”. Desculpa Jaime, mas fizeste-me lembrar a minha querida mãe. Não pelo cabelo, obviamente. Antes porque, também ela, não há um domingo que não me diga que adorou o que escrevi. Coitada. Mas caramba. Mãe é mãe...
E já agora, gostava de saber o que achaste daquele “estou sempre em direção ao céu e há uns diabinhos que vão ficando pelo caminho” depois do Presidente ter sido curado do mau olhado aquando da visita ao Mercado Quinhentista. A quem se estaria a referir? Humberto Vasconcelos? Não acredito. Medeiros Gaspar? Também não. Cunha e Silva? Naaaa. Desisto. Não faço ideia. Mas é que não faço mesmo...
Ps, Manuel Pinho e Ricardo Salgado foram condenados a penas de prisão efectiva de 10 e 6 anos e três meses, respectivamente. O primeiro diz que, apesar da juíza ter dado como provados 1030 dos 1200 factos da acusação, é injusto. Foi só para “evitar um terramoto na justiça”. Hum hum.... Claro que sim!
E o outro? O outro não disse nada. Também era só o que faltava, depois de tanto tempo, passar-lhe agora o Alzheimer!