No entanto, sei que não gosto de gente que funciona em clã que cultiva o amiguismo, que se ajudam e se apoiam uns aos outros clubisticamente, em forma de tribo ou de alcateia. Gente que se protege para esconder as suas fraquezas e as suas incapacidades.
Não gosto de gente que se pavoneia com a exibição de grandes viagens aos grandes centros das modas e dos modismos. Londres, Nova Iorque, Paris, Tóquio e que, na realidade, nunca lá estiveram.
Não gosto daquela gente, artistas, escritores, intelectuais exibicionistas que dizem ter relações privilegiadas com os grandes centros culturais, onde na realidade nunca estiveram.
Não gosto mesmo nada dos maledicentes que dizem mal de tudo e de todos, sem contribuírem minimamente para que o que está mal ou não presta fique bem ou seja bom.
Não gosto da maldade pura e simples. Não gosto de gente que se agride numa prática neototalitária. Não gosto dos que agridem os outros por puro ódio e que se acham superiores, não gosto dos que se exibem denegrindo os outros, achando que assim a mediocridade que lhes reveste a pele não será visível. Não gosto de ladrões e corruptos, detesto políticos que não cumprem as promessas que fazem e que usam o poder em proveito próprio.
Não gosto de fascistas, não gosto de quem ofende gratuitamente, de quem usa as pessoas e se mostra da mesma linhagem e no dia seguinte são o oposto do que mostravam, artificialmente, ser. Não gosto de pedófilos, nem de gente cujo respeito pelo próximo é selvático.
Não gosto de gente que no final não passam de monstruosas mentiras com pernas.
Não gosto de gente rejeitada, raivosa que se disfarça com uma petulância que não disfarça.
Francisco Simões
Escultor