O mesmo (des)governo regional que escondeu na gaveta uma dívida superior a 6 mil milhões de euros, que hipotecou o futuro de gerações, que obrigou milhares de jovens e de famílias a emigrar, que em prol do investimento descontrolado, sem planeamento ou sentido em alguns casos, muitas vezes em clara violação da legislação vigente, chama talibã a quem cumpre as regras e os direitos de todos os cidadãos e não apenas de alguns.
Um (des)governo regional que deitou ao mar mais de 120 milhões de euros dos contribuintes madeirenses numa marina condenada à nascença pelo saber de tantos, e que se prepara para renovar o mesmo descalabro com a marginal de S. Vicente.
Afinal quem deveria de estar preso?!
Um (des)governo regional que desinvestiu de forma atroz no SRS, que tem provocado a sua decadência ao longo dos anos, deixando de dar resposta a mais de 100 mil actos médicos e de diagnóstico, prejudicando a saúde e a qualidade de vida dos seus concidadãos em benefício do investimento privado em saúde.
Um (des)governo regional que abandonou a construção de habitação social e a preços controlados, em privilégio da especulação imobiliária que mantém milhares de casas fechadas e a preço de ouro, mas a anos luz dos ordenados de quem cá vive.
Afinal quem deveria de estar preso?!
Um (des)governo regional refém dos grandes interesses instalados, que entregou a custo zero a operação portuária, que se transformou, por sinal, na mais cara do país e que se reflecte depois no preço de tudo aquilo que é por cá consumido, bem mais caro do que no restante território nacional.
Um (des)governo regional que, após milhares de milhões de euros de 30 anos de adesão à UE, mantém o arquipélago entre as regiões mais pobres e envelhecidas do país, que perdeu mais de 6% da sua população nos últimos 10 anos, que vê as condições socioeconómicas das suas gentes se deteriorarem e onde são poucos os que podem ter filhos.
Afinal quem deveria de estar preso?!
Um governo regional do PSD que há 40 anos (des)governa esta terra, sob o lema da impunidade e do amiguismo, e que promove agora um regresso ao passado para a principal câmara da Região.
Um passado onde o discípulo Calado aprendeu com o mestre a especular com os dinheiros públicos em desastrosos contratos swap, numa contabilidade criativa, mas duvidosa; a privilegiar os grandes construtores em operações urbanísticas desprovidas de legalidade e a fazer letra morta das recomendações do Tribunal de Contas; a acumular uma dívida descomunal de 100 milhões de euros que colocou o Funchal entre as 9 autarquias mais endividadas do país - "e qual é o problema!", diz ele -, que conduziu ao total descrédito da Câmara do Funchal perante munícipes, fornecedores e banca e que resultou no Plano de Ajustamento Financeiro, assinado por Miguel Albuquerque - parece que alguém falou num "bando de incompetentes", que estrangulou a capacidade de gestão dos serviços camarários em diversas valências, durante vários anos.
Afinal quem deveria de estar preso?!
Um presente, onde o discípulo Calado adopta o mesmo método e discurso boçal dos fantasmas do passado, de insulto fácil e desprestigiante para quem tem a pretensão de assumir tão nobre função de serviço público e que deve, acima de tudo e em primeiro lugar, dar o exemplo.