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Artigo de Opinião

Consultor

25/10/2023 08:00

Um estudo recente da Nova School of Business and Economics descobriu que a presença de cães no local de trabalho pode reduzir o stress, melhorar a comunicação e promover a coesão social. Mais concretamente, os problemas são abordados abertamente, os colaboradores têm autonomia no trabalho, com flexibilidade para fazer pausas e há maior tolerância ao erro. Os efeitos positivos estão conexos a certos pré-requisitos, tais como horários de trabalho flexíveis, autonomia e comunicação aberta.

Contudo, a implementação de políticas relativas aos animais tem os seus riscos. Nem todos os colaboradores são amantes de animais, podendo sofrer de alergias/fobias e a sua presença pode gerar problemas de higiene, cheiros e ruídos. Existe o risco de distração para o dono e restantes colegas. Os animais podem causar danos na propriedade e equipamentos do escritório. As lutas entre animais podem perturbar o dia de trabalho e pôr em perigo o bem-estar dos animais e das pessoas envolvidas. Poderão haver ainda questões reputacionais, legais e de seguros nas situações em que um cão morder um colaborador, cliente ou prestador de serviços. Finalmente, a presença de cães pode não ser recomendada em determinados setores, por afetar a qualidade do produto/serviço (instalações médicas, farmacêuticas, laboratórios químicos e setor alimentar) ou por colocar em perigo os próprios animais (setores de construção, minas e refinarias).

Ponderando vantagens e riscos, elenca-se um conjunto de orientações para políticas relativas a animais de estimação, no seio das organizações que as queiram adotar: 1) certifique-se dos problemas que os cães possam causar a pessoas com alergias/fobias; 2) defina regras claras sobre o que é aceitável no comportamento canino e do dono; 3) requeira o registo prévio dos cães autorizados a ingressar nas instalações, definindo critérios para conceder a autorização; 4) exija que os cães estejam vacinados, asseados e instruídos; 5) crie seguros para eventuais problemas gerados pelos animais ou requeira aos proprietários que o façam; 6) institua dias específicos para acolher os animais; 7) estabeleça zonas livres de cães; 8) defina um limite máximo de cães que pode suportar no local de trabalho; 9) crie uma comissão que lide com eventuais problemas e auxilie na implementação de políticas; 10) assegure que os espaços de trabalho são seguros para os animais; 11) crie condições para que equipamentos e instalações estejam protegidos; 12) estabeleça que cães doentes não devem entrar nos espaços de trabalho; 13) certifique-se que os cães estão sempre acompanhados e conduzidos com trela quando não estão junto do dono; 14) assegure-se que os cães se sentem confortáveis na presença de humanos/outros animais; 15) faculte espaços e condições para que a higiene e alimentação dos animais seja garantida; 16) crie critérios de suspensão das autorizações; 17) divulgue as regras a toda a organização.

Parafraseando Charles de Gaulle, ex-presidente de França: "Quanto mais conheço os homens, mais descubro que gosto de cães."

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