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Artigo de Opinião

Deputado do PS na ALRAM

29/12/2022 08:00

Costumo dizer que para conhecer bem os amigos, os familiares e os outros não há como o Natal ou ver-se num leito de hospital e mais uma vez não falhou. Na política, salvo raríssimas exceções, as coisas não são diferentes, não há amigos. No essencial existem dois tipos de políticos: os que estão no poder e os que para lá querem ir, em comum têm a circunstância de fazer o que for preciso para atingirem os seus objetivos, custe o que custar, por vezes passando o rolo compressor sobre tudo e todos, ostentando sempre a capa de democratas, new wave.

Desde 2018, altura em que saí da Direção do PS-M, muita coisa se passou, mas responsavelmente, abstive-me de comentar, na praça pública, aquilo a que venho assistindo entendendo isso como uma forma de apoio ao meu Partido, que é muito mais importante do que qualquer personalidade que, em determinado momento, o dirige, embora neste particular, entenda também, que se deve dar tempo a Sérgio Gonçalves para demonstrar o que vale nas urnas. Nunca escamoteei que convergi na sua candidatura a bem da necessária união do Partido. No entanto, nunca deixei de dizer o que penso a quem de direito, de resto como sempre fiz.

Em boa verdade essa atitude nunca foi apreciada, nem antes, nem agora porque a "bolha" em que as direções partidárias vivem tem o seu "je ne sais quoi" em que a realidade é bastas vezes ficcionada. Já lhe chamei a "maldição da cadeira". Sei do que falo, porque já estive em coros desses, ainda que, normalmente, a desafinar.

Não sou favorável a foguetórios estivais e muito menos a ostracizações permanentes, embora conviva com essas realidades bem de perto. Não contem comigo, nem para rezar o terço, nem para guerras fúteis, de lutas do poder pelo poder, mesmo que seja interno.

Não faço juras de amor eterno a ninguém, por mero tacticismo, pois sei que as lideranças estão dependentes de resultados e que, se eles não forem bons, acabam por cair nem que seja pela pressão externa, Alexandra Reis, Secretária de Estado do Tesouro, é o último caso de uma lista já extensa.

As lideranças devem cumprir os seus mandatos, mas têm de assumir, na íntegra, a responsabilidade pelas opções que tomam e pelos resultados que obtêm. É isso que os madeirenses esperam, mais claro não posso ser.

Em 2019 estivemos perto de fazer história, derrotando o PSD, foi por pouco que não conseguimos e quando assim é verifica-se que a diferença ficou nos detalhes e em opções que, já na altura, se vislumbravam erradas.

No próximo ano, que é já daqui a dois dias, é ano de Eleições Regionais e por isso, potencialmente perigoso, do ponto de vista partidário, interno. Os "amigos" de hoje serão os descontentes de amanhã que se não tiverem o que almejam serão os primeiros a puxar o tapete.

A melhor maneira de evitar isso tudo é ganhar as eleições e isso só será possível incluindo e respeitando todas as formas de pensar, desde que haja sentido de compromisso estratégico e programático de todas as partes, claro está, o qual não poderá ser violado ao primeiro revés. Perder por pouco é sempre uma derrota e ganhar por pouco será sempre uma vitória. Prefiro a segunda opção.

Bom fim de ano.

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