Quando olhamos para Santa Cruz e analisamos a liderança autárquica reinante desde 2013 o que retiramos desta política acanhada, complexada e beligerante? Nada, absolutamente nada. O focus, o principal objectivo nunca foi a população, pelo contrário, foi atacar o Governo Regional, este sim, um alvo a abater. Mas resolver os problemas dos cidadãos, criar condições ao investimento privado, este tipo de medidas que exigem decisão, escolhas e trabalho, conhecem-se poucas ou nenhumas. Este movimento que depois passou a partido político, especializado na retórica do queixume e da autoflagelação, canalizou todas as suas energias para combater o PSD e tudo a que cheirasse a Governo Regional, mas infelizmente fê-lo em detrimento da população que deveria servir em primeiro lugar.
Foram um sem número de processos e queixas, a litigância foi frenética… e o resultado práctico para a população, qual foi? Em vez de acarinharem as empresas e tomarem medidas de planeamento e de atractividade, atacaram o Governo Regional para dirimir um problema de propriedade inexistente. Mais fácil do que construir um parque empresarial de raiz é tomar de assalto um já existente, "bora" lá meter um processo. Depois viraram-se para as serras e sem uma única ideia para a reabilitação ou regeneração florestal e agrícola do concelho, debalde lançaram-se aos baldios, e cá vai mais um processo. Quanto ao Aeroporto, infelizmente também sem um único vislumbre digno de nota, o grande desígnio autárquico passou a ser a cobrança do respectivo IMI e o fornecimento de água. Com um activo destes no concelho, uma infraestrutura tão importante e com um potencial tão elevado de crescimento e de criação de emprego, a única preocupação são os impostos e as tarifas, e a população em que medida vai beneficiar destas supostas conquistas? Nada, mas também não custa nada processar, força na peça… No que concerne às taxas de ocupação do subsolo, o derradeiro e chorudo filão, o pote de ouro debaixo do arco-íris… o que dizer? Com esta medida, impõem um sobrecusto a um bem e um serviço essencial, a água. Com esta demanda judicial, a autarquia, está a querer onerar importantes infraestruturas públicas que servem o concelho, que servem os munícipes deste mesmo concelho. Mais uma vez, quem vai beneficiar desta medida épica? Ninguém, e lá vai mais um processo, custa pouco e até dá um jeitão.
Esta judicialização da política, este ataque suez às estruturas governativas regionais, apenas e só para atingir o Governo e também colateralmente o PSD tem sido a estratégia. Outros em concelhos mais a oeste também o fizeram, com embargos, processos e bloqueios, mas já não estão cá para contar a história. A política pela negativa é sempre uma política jacobina e medíocre, os políticos sérios assumem os desafios e as suas responsabilidades e não se refugiam no passado. Este modus operandi está para a política como o bolor está para algumas superfícies. Este tipo de fungo para se desenvolver nas paredes necessita de humidade e de pouca luz, na política, este tipo de bolor carece de demagogia, de falta de vergonha e coincidentemente de gente pouco iluminada, ingredientes que parecem abundar por estas bandas, ou não fosse a cor do bolor ser a cor verde…