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Artigo de Opinião

Antropóloga / Investigadora

24/05/2021 08:00

Um problema persistente nestes últimos anos, que tudo bloqueia, não havendo qualquer credibilidade no desenvolvimento do nosso país. É desse problema que venho falar aqui hoje: corrupção.

Neste sentido, questiono: o combate à corrupção não deveria ser algo prioritário? Portugal é um dos países com mais casos mediáticos de corrupção. São vários os exemplos: o caso da Operação Marquês, o caso do Banco Espírito Santo (BES), o da Operação Lex, o do Freeport, e tantos outros… Todos os dias, ouvimos notícias estonteantes e deprimentes, na imprensa, no jornal, na rádio de casos suspeitos ou concretos de corrupção… é extremamente vergonhoso e chocante de como muitos subornam ou vendem-se para alcançar os seus objetivos, saindo completamente impunes. Sim, em Portugal, a corrupção funciona em rede e, inexplicavelmente, é aceite por todos!

Isto não é por acaso, é porque existe demasiado poder concentrado no Estado e esse poder, por sua vez, concentrado na política. Todos nós conhecemos casos de fortunas inexplicáveis e que apareceram de repente após o exercício de determinados cargos ou de ligação com o poder. É imoral e desumano aproveitar-se de tal poder enquanto milhares de portugueses têm dificuldades e lutam todos os dias para pôr pão na mesa, que lutam para manter o seu emprego e por uma vida melhor.

A quantidade de processos a correr nos tribunais nos dias de hoje é impressionante. Mais impressionante ainda é a sensação de impunidade com que os corruptos, responsáveis de tantas ilegalidades e crimes, agem: como se a Lei não se lhes aplicasse e a Justiça nem lhes tocasse! O Ministério Público não consegue investigar a corrupção e a Polícia Judiciária que não tem meios e recursos para denunciar a mesma. Se juntarmos a isto os tribunais, muitas vezes incoerentes, isto é o País dos corruptos. Conclusão: não existe Justiça em Portugal!

Sim, delineou-se uma Estratégia Nacional de Combate à Corrupção. No entanto, nós não temos um combate à corrupção, mas sim normas para branqueamento, que é totalmente diferente. Temos normas que permitem que os corruptos, após o julgamento torturante, saiam todos praticamente ilibados. E, para não bastar, ainda vão para a esplanada beber uma caipirinha para comemorar. É inaceitável que tal situação ainda seja tolerável! Os crimes acabam sempre por ser prescritos, sem qualquer tipo de apuramento nos atos destes criminosos. É inadmissível que escapem a essa indagação, julgamento e condenação sempre os mais poderosos.

Não sei quanto nos irá custar este tipo de situação, mas bate sempre no contribuinte. Senhores e Senhoras, não brinquem com o nosso País!!! Está na hora de combater a corrupção!

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