Estamos a chegar ao fim do ano e, apesar desta ser uma época de paz e amor, não quero esquecer coisas que nos obrigam a questionar se a decência é um valor que exista:
*No Funchal é impossível encontrar casas para arrendar ou comprar a preços acessíveis. O governo laranja que caiu há dias pouco se importou com esta crise, nunca antecipando as consequências que a sua inação nesta área traria. Quando chamados à atenção para o problema, insistem que a culpa é da oposição...
*Na RAM, poucas pessoas, mas sempre as mesmas, aumentam de forma evidente as suas fortunas num território com a 2ª maior taxa de risco de pobreza e com os menores rendimentos de todo o País. Essa desigualdade gritante parece não incomodar minimamente o governo laranja que caiu há dias preferindo, sim, culpar os partidos da oposição que nunca foram poder...
*Quando viu que haveria uma moção de censura ao governo, adivinhem o que fez o coletivo laranja que caiu há dias? Apressou-se a nomear mais 50 pessoas, de forma a dominar ainda mais a máquina pública que já controla há 48 anos. Se chamados à atenção, dizem que a culpa é da oposição, pois só encontra ausência de ética em coisas tão benéficas...
Até onde vai o nível de ganância de quem tem dinheiro e poder? Nada parece satisfatório e dá ideia de que não se importam com o que possa acontecer à região em que vivem, nem a quem tem de viver nela. Devem ter preparado outro local alternativo para viver, caso este dê errado. Quem cá ficar que se contente com os restos, pois a vida de quem apoia os governos laranja há 48 anos não lhes interessa minimamente. Só a sua subserviência e dependência.
Luís Montenegro dá cobertura e proteção a este partido laranja que governa a RAM há mais de 48 anos. Miguel Albuquerque até foi bonificado com o cargo de Presidente da Mesa do Congresso do PSD. Com esta ação apagou-se dos olhares dos portugueses o governo laranja da RAM que tem cinco membros arguidos no que ao exercício das suas funções diz respeito, sem contar com o secretário-geral do PSD que é vice-presidente da Assembleia Legislativa da RAM, nem com o ex-secretário regional da agricultura, Humberto Vasconcelos. Sete! Sim, são sete pessoas arguidas neste momento, com suspeitas que dizem respeito ao modo como geriram a coisa pública. Mas para o PSD esse facto merece um prémio.
Esta postura de Montenegro não espanta. Ao longo de 8 meses de governo tem mostrado o que realmente lhe interessa: atingir o poder absoluto, sem olhar a meios. Tem assumido as bandeiras e as práticas da extrema-direita, pensando que assim lhes retira votos. Guia-se por agências de comunicação. Não por valores, nem princípios. Instrumentaliza as forças de segurança e usa a mentira para criar a perceção da insegurança provocada por imigrantes estrangeiros e desmentida pelos números oficiais. Patrocina rusgas que capturam uma pessoa. Portuguesa por sinal. Oooops!!! Curiosamente, há mais gente condenada na bancada do Chega na Assembleia da República do que na operação policial do Martim Moniz. E são todas portuguesas... VERGONHA, sou eu agora que grito... A verdade e a decência são coisas que não lhes assistem...
Não posso terminar sem falar numa mulher extraordinária que não aceitou ser vitimizada, exigindo que a vergonha mude de lado e que se encare a violação com outros olhos. Homens comuns exercem violência sobre mulheres e outros veem, mas nada fazem. É urgente que se tome consciência da violência que é exercida sobre as mulheres e que se mude a sociedade patriarcal que continua a existir, que abusa e mata. Obrigada, Gisèle Pelicot pela tua coragem.
Feliz Natal! Construamos um mundo mais justo em 2025.