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Artigo de Opinião

19/03/2024 08:00

1. A experiência Açores

Nos Açores, depois da vitória obtida por José Manuel Bolieiro, sem maioria absoluta na Assembleia Legislativa, mas com uma expressiva maioria, a grande expectativa era a de perceber o que seria o dia seguinte.

Foi constituído governo e no parlamento o Programa de Governo foi aprovado. Recorde-se que quer nos Açores como na Madeira, a não aprovação do Programa de Governo – que é apresentado sob a forma de uma moção de confiança – implica a queda do Governo o que leva a eleições.

Era a esperança dos socialistas, que de imediato se manifestaram indisponíveis para viabilizar a sua aprovação e apostaram tudo na instabilidade política.

Saiu ao contrário. O líder do PSD/Açores e líder da coligação vencedora das eleições regionais de fevereiro, conseguiu um compromisso de diálogo e de avaliação de propostas para assegurar entendimentos e a viabilização do Programa de Governo.

Na sexta-feira passada as abstenções do PAN, da Iniciativa Liberal e do CHEGA viabilizaram o Programa de José Manuel Bolieiro e uma vez mais ficou demonstrada a sua excecional capacidade de criar pontes, dialogar e chegar a entendimentos.

Foi um excelente início de legislatura e é exemplo a “copiar” a nível nacional por Luís Montenegro.

2. A experiência de Marcelo

O Presidente da República quis fazer experiências, qual cientista em laboratório.

Decidiu que o país deveria ir a eleições, mesmo existindo uma maioria absoluta na Assembleia da República.

Geriu com abundante trapalhada todo o processo e com isso fez com que os demitidos não fossem demitidos, a não ser mais de um mês depois de se terem demitido.

Por causa do Orçamento – disse.

Pois bem. Agora deve estar feliz e contente. Tem Orçamento!

Mas também tem instabilidade quanto baste, depois do resultado eleitoral de dia 10 de março, onde a Aliança Democrática ganhou e o CHEGA apresenta-se com um milhão de votos.

Agora deve estar mais feliz. Conseguiu tresler a Constituição à sua maneira e por escolha pessoal fomos todos a eleições depois de 124 dias com o país quase parado, assistindo à propaganda diária de António Costa.

Montenegro formará governo e cabe-lhe a difícil tarefa de procurar entendimentos com o CHEGA. O partido que agora estará no Conselho de Estado a dar conselhos a Marcelo Rebelo de Sousa.

3. Invulgar, mas oportuno

Na semana passada aconteceu outra iniciativa invulgar. Não tenho memória de ter acontecido uma greve dos jornalistas.

Sim, ela já havia acontecido antes, tem por volta de 40 anos, logo é algo que não prendeu a minha atenção de criança.

É precisamente pelo inusitado que esta deve prender a nossa atenção.

Motivada pela realidade que atinge cada vez mais os jornalistas – baixos salários, desregulação dos horários de trabalho, redações cada vez mais pequenas e que forçam a ritmos de trabalho cada vez mais acelerados, vínculos de trabalho deficientes (ou mesmo inexistentes) – a situação do grupo Global Média chamou a atenção de todos para o problema da profissão.

A Democracia depende e muito de um jornalismo capaz e de uma imprensa que não seja um serviço low cost de debitar linhas de textos recebidos nas redações.

Para mim está cada vez mais claro que tem de ser pensada uma forma de os Governos apoiarem a imprensa, como forma de garantirem a sua existência e o serviço que esta deve prestar à Liberdade e à Democracia.

Esse apoio, que é um tabu para muitos, tem de ser revisitado urgentemente.

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