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Artigo de Opinião

Médica Veterinária

8/08/2021 06:16

Claro que em época pré-eleitoral a mesma foi assegurada pelo menos durante 3 meses através de um contrato milionário no fim da primeira legislatura, mas desde então, e possivelmente até ao período antecedente das legislativas de 2023, continuamos sem esta resposta- necessária - à insuficiência de transportes na região, quer para mobilidade dos residentes, quer para o escoamento das produções regionais, quer para o acesso a novos mercados. Chega a ser mesmo uma falta de estratégia socioeconómica e política da presente governação, pois, indubitavelmente, a concretização desta linha só promoveria o desenvolvimento social e económico da RAM.

Dir-se-á que esta não é de inteira responsabilidade regional- e com razão. Mas o empreendimento e diligências para operacionalizar esta linha, cabe sobretudo à tutela regional junto ao Estado Português e da própria União Europeia. Como é que se promove a integração e competitividade da região, quando se descuram o Princípio de Continuidade Territorial e a Política Comum de Transportes? Quando se ignoram as obrigações de serviço público devidas à população insular no que concerne ao transporte marítimo para/de/entre ilhas? Na verdade, esta linha importa não só a uma larga maioria da população madeirense, mas também - e quanto! - a muitos dos nossos agentes empresariais.

Claro que aqui também se remeterão a mais argumentação com o avião comercial e o avião cargueiro, mais rápido, mais cómodo e directo a Lisboa, mas a aplicação do subsídio de mobilidade ao transporte marítimo impede qualquer aspecto concorrencial, ao constituir-se como um grande incentivo para os passageiros residentes, mas também para os armadores.

Mas que dizer quanto ao slogan governativo que se escancarou em vários cartazes pela ilha com a imagem do Ferry "a maioria cumpre" quando esta nem ponderou - e foi insistentemente recomendado em sede de Assembleia Legislativa pela oposição - em criar incentivos à concretização desta linha durante todo o ano? Para quando a ponderação da redução, ou mesmo isenção, das taxas portuárias da RAM?- escandalosamente, das mais caras da Europa.

Acresce ainda, a propósito da periodicidade da linha, o argumento de que não se justifica uma linha marítima durante todo o ano pois o movimento de passageiros só se exponencia no verão - o que também é verdade - mas esta linha é, sem dúvida, imprescindível durante o ano inteiro, não só para o transporte de passageiros, mas também de mercadorias, permitindo uma carga rodada de perecíveis todas as semanas em condições de higiene e salubridade, para as nossas ilhas.

Esta, é uma legítima aspiração dos madeirenses que se repercutiria no custo de vida das populações e na mobilidade entre ilhéus e continentais, a preços acessíveis e com forte potencial turístico, culminando na evidente repercussão positiva para a sociedade e economia madeirenses.

Talvez na iminência das próximas eleições regionais venhamos a ter mais notícias do Ferry...

Sílvia Vasconcelos escreve
ao domingo, de 4 em 4 semanas

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