MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Diretor

1/01/2025 08:05

Mal acabou um ano, outro se declara pronto a cumprir mais um calendário. Anuncia-se no tempo certo, com datas e estações definidas. Os meses nascem e morrem uns atrás dos outros. São conhecidos os dias de trabalho, de fim de semana e de folga. Os feriados estão marcados e as pontes lançadas.

À partida, imaginamos que será um ano bom. Não é nisso que acreditamos sempre, enquanto sobem os foguetes e descem as canas? Não é a isso que brindamos com ‘champanhe’ barato enquanto mastigamos as passas e abraçamos os que passam? É assim a cada festa de Passagem de Ano na Madeira. Dura esta noite e amanhã o dia todo. Depois de amanhã já é dia de ano novo, igual ao ano velho. Uma rápida dúzia de meses depois – recheados de outras festas e diversões e tradições e eleições – volta quase tudo ao início.

Para quem fica, o ciclo repete-se. Faz parte da viagem.

Como também faz parte o que fazemos durante o percurso. Se é que fazemos o nosso caminho ou se nos deixamos guiar pelos sinais que nos indicam a vereda ou a via rápida. A escolha é quase sempre nossa. A repetição destes ciclos em democracia assinala, este ano, meio século na Madeira. Parece muito, mas é quase nada. Passa a correr, como reclamam as gerações velhas e repetem as de meia-idade e um dia hão de descobrir os mais novos. Passa mesmo a correr esta viagem feita de trás para a frente. Sobretudo para os que se entregam, sorridentes, e fecham os olhos pouco depois da chegada até à partida. São também esses que trazem a sociedade adormecida. Enfraquecida. Embrutecida. Acomodada. Os outros são os que propositadamente nos adormecem pelo caminho.

Quando se assinalam 50 anos de Autonomia, vale a pena pensar nisso. E no que fizemos ou não para que o ano que começa e os que passaram e os que hão de vir sejam melhores.

De pouco vale ficar sentado à espera que se cumpram os desejos inventados entre cada passa. Que se multipliquem as notas grandes mostradas ao fogo. Que a cor da roupa interior tenha interferência no que nos espera. Isso são tradições e ditos que se recordam ano após ano. São crenças. São manifestações de vontades. Isso não vai acontecer.

Mas a vida não pode ficar presa em algo tão superficial. Não basta fechar os olhos e repetir à exaustão que se quer muito isto, aquilo e aqueloutro. É preciso mais. Muito mais.

É preciso que se faça algo para que aconteça o que se quer. É preciso fazer. É mesmo preciso fazer acontecer. Claro que nada podemos fazer para termos sol no inverno ou chuva no verão. Mas se sonhamos muito com o Euromilhões, mais vale apostar qualquer coisa no jogo. Neste ano que acaba de começar, como em todos os idos e os que estão por vir, não basta ficar à espera. É preciso mais. Muito mais.

Tudo isto para chegar ao essencial da mensagem que procuramos deixar com esta edição: que aquilo por que tanto suspiramos depende do nosso próprio envolvimento, do nosso esforço pessoal e coletivo. Das organizações em que nos encaixamos. Do contexto. Do previsível e até do acaso.

E aqui percebemos que é bem mais poderoso o nosso querer do que o nosso crer. Por tudo isso, é importante fazer a viagem de olhos abertos. Se possível, desde a chegada até à partida.

Bom ano a todos os profissionais da EJM, aos leitores, assinantes, anunciantes e a todos os parceiros.

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