O mundo é um sistema complexo composto por ordem e desordem e por isso o sistema é de facto imperfeito.
Nesta organização dos adeptos da desordem é visível a tentativa de criar a instabilidade na escola e na educação. Há quem queira aproveitar a experiência da pandemia para acabar com a escola física e criar um ensino à distância, pensando nos lucros ou poupanças que daí resultariam.
A grande importância da Escola reside na presença do Professor e na relação entre professor e alunos... uma relação de afecto, um ensino com amor, como advogo nalguns dos meus textos.
A Escola estabelece relações concretas de amizade, de simpatia e de afecto. Neste quadro, o Professor pode ajudar os alunos a se construírem adultos mais bem formados, mais capazes para equilibrarem este mundo misto de ordem e de desordem. A Escola e o Professor podem contribuir para a criação de amizades fraternas e solidárias entre os seus membros. O Professor com a sua presença amiga e com a sua paixão pelo acto de ensinar é um tesouro do qual não podemos prescindir nem da sua presença física junto dos alunos.
A escola pública tem de ser sempre o bastião, a sede, a catedral da construção do espírito fraterno e solidário, tal como tem de construir os alicerces humanistas e científicos. Tem a escola pública a obrigação de guardar e defender as culturas humanísticas e as ciências exactas sendo necessário garantir e manter uma harmoniosa relação entre as duas. Uma tem o poder e a importância da reflexão, do pensamento criativo, artístico, poético... a outra a capacidade da descoberta, da organização do concreto e do absoluto.
A Escola e o Professor são a caixa do saber onde se devem colocar os aprendizes.