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Artigo de Opinião

Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira

19/12/2024 08:00

O final de cada ano traz consigo um momento único de reflexão, um convite à pausa no tumulto dos dias para revisitar memórias recentes, reconhecer as dádivas recebidas e aprender com os desafios enfrentados. Este é o tempo da consciência e da gratidão, não apenas pelas conquistas e alegrias que abrilhantaram o nosso caminho, mas também pelos momentos mais sombrios, que nos ensinaram resiliência, empatia e a força de recomeçar.

Nesta quadra natalícia, dirigimos o nosso coração a todas as pessoas que, por diferentes razões, enfrentam realidades difíceis. Pensamos nas mulheres, homens e crianças que vivem sob o peso da violência doméstica, prisioneiros de um ciclo que esperamos ver quebrado pela coragem e pelo apoio comunitário. A nossa solidariedade estende-se também àqueles que cumprem algum tipo de pena, relembrando que cada ser humano carrega consigo a possibilidade da redenção e do renascimento.

Ao mesmo tempo, o nosso pensamento dirige-se a quem luta pela saúde, passando os dias no hospital em busca de cura e esperança. Aos que perderam um ente querido, desejamos que a memória dos sorrisos partilhados traga algum consolo nos dias mais frios da saudade.

Com especial gratidão, recordamos aqueles que escolheram passar os dias festivos ao serviço dos outros: os profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança, e todos os que garantem os serviços essenciais. São estas pessoas que, em silêncios heroicos, mantêm a chama da humanidade acesa, mesmo nos momentos mais exigentes.

E finalmente, para todos os que se reúnem à volta de uma mesa ou de uma simples troca de olhares, para aqueles que encontram a magia do Natal na partilha de um pão, num abraço apertado ou na esperança renovada de um amanhã melhor: que nunca falte a consciência do valor das coisas simples.

Neste Natal, sejamos gratos pelo que temos e pelo que somos. Que possamos reconhecer o amor que nos rodeia – aquele amor que não precisa de grandes gestos, mas que habita na palavra gentil, na mão estendida, no respeito mútuo. É este amor que tece os laços da verdadeira humanidade e que nos dá força para continuar a caminhar, mesmo nos dias mais desafiantes.

A lição mais preciosa que podemos reter é que, no final, são as coisas mais simples que nos mantêm unidos: o calor da companhia, a luz da esperança e a ternura do afeto. Que este Natal seja um tempo de reencontro com o que realmente importa e que a simplicidade do amor seja a bússola que nos guie para um ano novo mais humano e luminoso.

Feliz Natal para todos, onde quer que estejam e quais quer que sejam os desafios que enfrentam. Que nunca nos falte a capacidade de amar, acreditar e ser a mudança que desejamos ver no mundo.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
19/12/2024 08:00

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