Às mães que são pais, aos avós que àqueles se substituem.
Aos pais que saem de manhã e chegam à noite, invisíveis.
Aos que preferem a ver a bola que jogar à bola, aos que jogam à bola no corredor de casa e até na cozinha, partindo coleções inestimáveis de Sardinhas de porcelana Bordallo Pinheiro se escondendo solidariamente na despensa com risinhos camuflados.
Aos que nem sabem em que ano escolar andam aos filhos e aos que os vão pôr e buscar à escola praticamente todos os dias. Aos que se esquecem deles na escola, aos que se lembram deles até quando mais queriam ser esquecidos por um momento.
Aos religiosos, que pretendem beatificar os filhos, aos que prosseguem a religião do amor, da tolerância e da lealdade.
Aos que batem, para que não se admirem do retorno que terão, aos que beijam, para que não se esqueçam que o retorno terão.
Aos que carregam os filhos, já pesados, adormecidos ao colo, aos que se esquecem da hora de os deitar.
Aos que cozinham, aos que encomendam fora. Aos que não deixam que falte nada, sobretudo o amor.
Aos pais à moda antiga, aos modernos, aos conservadores e aos liberais.
Aos que trabalham para que nada falte, aos que ficam em casa a cuidar do lar, para que nada falte.
A todos os pais que não se limitam à condição de progenitores, de meros doadores de material genético, na certeza de que são pilares basilares de gerações atuais e vindouras de homens preparados para tomar as rédeas de uma sociedade mais justa, igualitária, tolerante e sobretudo respeitadora dos direitos dos seus filhos e das suas filhas.
Aos pais que respeitam todas as mães.
Feliz dia de São José.