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Artigo de Opinião

Consultor

15/01/2022 08:00

Seja ele desempenhado no escritório, em casa ou noutro espaço qualquer, está enraizada na nossa cultura a ideia de que o local de trabalho é aquele espaço acinzentado onde ninguém ri. A recomendação é a seguinte: não tenha medo de o fazer! Uma série de estudos demonstra o impacto positivo que o humor pode ter no local de trabalho.

De acordo com investigações de instituições como o MIT e a London Business School, cada riso ou gargalhada traz consigo uma série de benefícios comerciais. O riso alivia o stress e o tédio, aumenta o envolvimento e o bem-estar e estimula a criatividade, a colaboração, a precisão analítica e a produtividade. Curiosamente, Alison Wood Brooks, professora da Harvard Business School, descobriu que as piadas no local de trabalho podem ainda fazer com que as pessoas que as proclamam pareçam mais competentes.

Segundo a Mayo Clinic, quando começamos a rir não nos limitamos a aliviar a nossa carga mental. Na verdade, rir induz mudanças físicas no nosso organismo, faz aumentar a nossa ingestão de ar rico em oxigénio, aumentando a libertação de endorfinas pelo cérebro. Estimula ainda a circulação e o relaxamento muscular, o que pode ajudar a reduzir alguns dos sintomas físicos do stress. Uma boa gargalhada arrefece a nossa resposta ao stress e pode aumentar o nosso ritmo cardíaco e a nossa pressão arterial. O resultado? Uma boa sensação de relaxamento.

Tendo em consideração toda a investigação que mostra que a redução do stress beneficia o bem-estar dos colaboradores e reduz o absentismo, a liberdade para podermos rir no nosso local de trabalho parece ser não só benéfica como necessária. De modo ilustrativo, um estudo revelou que depois de assistir a um pequeno clipe de comédia, os colaboradores que o tinham visualizado foram 10% mais produtivos comparativamente com os restantes.

Evidentemente, podem surgir desvantagens quando expressamos demasiadas risadas ou exacerbamos o nosso sentido de humor no local de trabalho. A título de exemplo, os líderes que provocam os seus subordinados e contam piadas "porcas" estão a preparar um caminho sinuoso que encoraja outros colaboradores a se comportarem de forma menos apropriada perante os colegas. A este respeito, Rosabeth Moss Kanter, também ela professora da Harvard Business School, observa que os grupos minoritários em situações profissionais, tais como uma mulher num grupo de homens, podem sentir-se pressionados a rir das piadas que os rebaixam e humilham. O preço a pagar por este tipo de sujeição acaba por ser o progressivo desrespeito em relação a todos aqueles que representam esse grupo minoritário. Uma condição irrevogável é haver respeito no humor, tendo consideração pelos colegas, analisando bem o contexto onde estamos inseridos, evitando provocar distrações e aplicando-o em dose moderada. Obviamente que não o devemos fazer o dia todo, durante a semana inteira. Dentro dos limites da decência, o riso é algo intrinsecamente bom e os seus benefícios ultrapassam largamente os potenciais riscos. Rir é um excelente e barato ansiolítico e antidepressivo.

Como observou Carl Marci, professor da Harvard Medical School: "O riso é um sinal social entre os humanos. É como um sinal de pontuação".

Se está num dia difícil, lembre-se, é útil ser o ponto de exclamação!

Feliz ano de 2022 a todos!

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