Na política quantos colocam os interesses coletivos à frente dos seus interesses pessoais?
As próximas eleições estão a acontecer, pagas por todos nós, porque houve suspeitas graves de corrupção por parte de elementos do Governo Regional. Processos que ainda estão a decorrer. O candidato, que pode voltar a ser Presidente do Governo Regional da Madeira, é um dos acusados. Quando questionado, nega as acusações. Independentemente de ser ou não culpado, não está a colocar os seus interesses pessoais à frente do coletivo?
Outro candidato a presidente tem proferido diversas vezes, na sua campanha, que só existem dois partidos na Madeira para votarmos. Os partidos mais pequenos não parecem interessar a este candidato. Ironicamente, este candidato, nas únicas vezes que ganhou (Presidente da Câmara do Funchal), foi através de uma coligação com partidos pequenos.
É nos acordos parlamentares que se defendem mais bandeiras! Isto se os representantes dos partidos mais pequenos não abdicarem das suas bandeiras (defendendo os interesses coletivos). Quando os interesses pessoais se tornam prioritários, nesses partidos mais pequenos, as bandeiras são esquecidas e os cargos “adornam” os eleitos, enganando os seus votantes.
É necessário termos todas estas possibilidades em conta este domingo.
Esta semana, no futebol regional, um presidente de um clube agiu agressivamente, contra um adepto. Colocou as suas necessidades pessoais, agindo na raiva, à frente do coletivo clube.
Um grande exemplo de ter o coletivo como prioridade foi o facto de o primeiro-ministro Sá Carneiro não ter podido casar com Snu. Snu era a mulher por quem se apaixonou quando estava casado e já tinha filhos. A lei portuguesa ainda não permitia o divórcio, sem concordância de ambos. No entanto, Snu já era divorciada. Reza a história que houve a possibilidade de se mudar a lei do divórcio, indo ao encontro das necessidades dele, mas o próprio recusou.
Os próprios partidos também têm um coletivo que devia contar. Vejo clivagens, quando se fazem listas, favorecendo uns em prole de outros. Porquê e para quê? E o coletivo?
Como vamos votar no domingo? O que vamos ter em conta? Partidos? Programas? Candidatos? Bandeiras?
Um dia destes, ouvi algo na rua: “Vou votar no que está, porque não quero chatices no meu serviço!”. Provavelmente, um funcionário público, com algum cargo de eleição. Como é que, ao nível do coletivo, podemos achar que uma mudança será uma chatice?
Ouvi alguém em campanha: “Este é dos nossos, é funcionário publico”. Os funcionários públicos pertencem ao partido que está no governo?
Outro exemplo, que ouvi nos debates, é o facto de a maioria dos partidos querer aumentar as quotas da pesca (uma decisão que nem é nossa). Era bom, para o imediato dos nossos pescadores, mas para o coletivo? A longo prazo, a sustentabilidade do peixe.... Haverá peixe daqui a uns anos? Porquê que não propõem resolver a situação profissional dos pescadores, quando são, e bem, obrigados a parar? Esta é uma decisão que pode ser tomada, no Governo Regional.
Individual ou coletivo? A Região Autónoma da Madeira fica no planeta terra, o único planeta possível de habitar neste momento. Um Governo Regional formado pelos partidos denominados de “pequenos” podia ser uma boa revolução.
“O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior” Platão