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Artigo de Opinião

Consultor

12/03/2022 08:00

No local de trabalho, a pandemia em particular, potenciou uma já evidente proliferação de ferramentas de comunicação digital tais como o Zoom, o Slack ou o Microsoft Teams (só para referir algumas), o que tornou cada vez mais fácil o contacto entre pessoas e a frequência e inevitabilidade das interrupções. Mas se é verdade que pode ser altamente frustrante e aborrecido estar a ser interrompido frequentemente, nem sempre esta experiência tem de ser desagradável. As interrupções são frequentemente necessárias e providenciam informação atempada essencial à realização das nossas tarefas diárias com eficácia e eficiência. Evidentemente, a forma como experienciamos uma interrupção varia substancialmente, dependendo da forma como afeta o nosso trabalho. Esta pode ser vivida de forma positiva se for percecionada como uma boa utilização do nosso tempo e se encaixar facilmente na nossa rotina diária.

Um estudo recente evidenciou que 31% das interrupções no local de trabalho são, de facto, encaradas de forma positiva e oferece seis estratégias para ajudar qualquer pessoa a tornar-se um melhor e menos irritante interrompedor:

1. Avalie a importância da tarefa - é mais provável aceitar uma interrupção se a tarefa que lhe está a ser solicitada parece importante. Considere se o que está a solicitar é, de facto, uma prioridade para essa pessoa;

2. Não empilhe - as pessoas reagem de forma negativa a uma interrupção se já se estavam a sentir sobrecarregadas. Procure ter a noção da carga de trabalho atual da pessoa em questão e considere a possibilidade de adiar a interrupção ou escolher outra pessoa se a tarefa for realmente urgente;

3. Identifique a pessoa certa - é irritante ser interrompido por alguém, apenas para descobrir que nem sequer se é a pessoa indicada para o trabalho. A interrupção será bem-recebida se antecipar qual a melhor pessoa a quem perguntar;

4. Preste atenção aos sinais - as interrupções são aceites quando ocorrem no chamado momento certo e não quando a pessoa está absorvida noutra tarefa ou num momento de pausa. Para determinar se é uma boa altura para interromper, preste atenção aos sinais (Estão de porta fechada? Estão online? Estão com os Phones?);

5. Diminua a carga de tempo - quando as interrupções parecem demorar mais do que deviam, são suscetíveis de causar sentimentos negativos. Apresentar a interrupção de uma forma que realce o seu respeito pelo tempo do outro, pode ter um grande impacto na forma como este reage;

6. Avise com antecedência - as interrupções são, por definição, inesperadas. Mas, em determinadas situações, pode-se avisar alguém que se espera ter de as interromper num futuro próximo. Isto ajuda a pessoa a planear mentalmente a interrupção e acomodar tempo para a tarefa, mesmo que o momento exato seja desconhecido.

O regresso ao escritório, seja em regime total ou híbrido, trará de volta oportunidades de interrupções presenciais que eram impossíveis quando toda a comunicação era realizada online. Por outro lado, uma maior dependência de mensagens instantâneas e videochamadas criam novos desafios, uma vez que muitas barreiras às interrupções foram substancialmente reduzidas. Mais importante do que nunca, cabe a todos nós estarmos atentos à evolução das normas sobre o que significa ser um bom interruptor.

E agora meus caros leitores, como diria Murray Walker: "Desculpem-me enquanto me interrompo a mim próprio."

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