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Artigo de Opinião

Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

24/07/2024 08:00

Aproveitando os 60 anos da Biblioteca Municipal de Santa Cruz, celebrados no passado dia 17 de julho, quero hoje destacar o papel de mediação cultural que diversos organismos municipais têm levado a cabo, criando novos públicos, educando para a arte nas suas mais diversas manifestações e fazendo um trabalho de mediação e educação que é crucial quando se fala de cultura.

Esta mediação tem vindo a ser paulatinamente incorporada nas diversas iniciativas culturais do Município. Seja nas que decorrem na Casa da Cultura, com as visitas guiadas às exposições, quer nas visitas ao património, quer, agora mais recentemente, nas bibliotecas municipais, em cooperação com o Serviço Educativo Cultura Santa Cruz.

No caso da Biblioteca Municipal de Santa Cruz esta mudança de uma estrutura que, até bem recentemente, se limitava a abrir e a fechar as portas, levou ao convite para integrarmos a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, já formalizada através de protocolo estabelecido com a Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. Este protocolo vai permitir à Biblioteca Municipal de Santa Cruz aceder e usufruir de recursos e serviços disponibilizados pela DGLAB, participar em iniciativas de caráter local, regional, nacional e internacional, beneficiar de futuros programas de apoio da DGLAB e integrar a lista pública sistematizada e atualizada das bibliotecas públicas, nomeadamente a do Portal da RNBP.

O protocolo traz também algumas obrigações que são entendidas como desafios para a Divisão de Desenvolvimento Económico e Cultural do Município, até porque muitos deles estão já em curso, como é a catalogação e disponibilização online do catálogo das bibliotecas, a disponibilização de um serviço de biblioteca pública plural, universal e gratuito; a prestação de serviços inovadores que têm vindo a ser garantidos pelas iniciativas das bibliotecas e serviço educativo, bem como pela publicação e disponibilização online de livros de atividades pedagógicas com texto e ilustração.

Aliás, toda esta atividade vai ao encontro do que hoje se entende pelo papel social e cultural que as entidades públicas devem fomentar e implementar. Não basta os equipamentos, as estruturas físicas, os recursos. A cultura, como manifestação humana na sua plenitude e grandeza, deve ser habitada, vivida, estimulada, apreendida e aprendida. Mas para ser habitada e aprendida é preciso criar condições, educar públicos, levar a missão mais além da disponibilidade dos meios e das infraestruturas. É preciso não apenas lançar as sementes à terra, mas garantir que elas germinam, que dão frutos, que podem contaminar a atividade humana com a beleza da arte, a pureza do pensamento, a agilidade da imaginação. Este trabalho tem vindo a ser desenvolvido pelo nosso serviço educativo, as nossas bibliotecas e a nossa Casa da Cultura. É gratificante vermos cada vez mais crianças a habitar os nossos espaços culturais, a serem estimuladas para a arte e a cultura. É gratificante vermos os nossos edifícios culturais habitados pelo futuro e pela crença de que, como escreve Valter Hugo Mãe, ler, imaginar, pensar é esperar sempre por melhor.

Ao estimularmos os nossos públicos, ao levarmos a sério a mediação e a educação cultural, estamos a criar melhores pessoas, maior capacidade criativa, mais imaginação, mais pensamento e, nestas dinâmicas, criamos seres humanos mais capazes e empáticos, porque a arte exige sempre um outro olhar para o mundo e para os outros.

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