Ainda ando em reflexão sobre o dia da mulher! Um dia que é todos os dias, claro, assim como o é o dia do homem e de todas as pessoas e seres humanos. Mas assim como existem dias de maior reflexão, sobre o cancro, sobre a escrita, sobre religião ou sobre o riso, também há o dia da mulher, um dia de refletir sobre o caminho que a mulher tem vindo a conquistar, ao longo dos tempos e, principalmente, no que respeita à igualdade nos direitos civis.
Algumas mulheres até podem se sentir confortáveis e felizes em comemorar este dia como se fossem “coitadinhas” ou “inferiores” ou aproveitá-lo para amenizar a carência por um “pull-dance”. E estão no seu direito e são livres para isso e está tudo bem, se assim o desejam. Mas, sem dúvida, que mais importante é falar das lutas, do respeito, das conquistas e da igualdade, para que todos, sejamos quem sejamos, como humanos, possamos ser ouvidos!
Este ano, existiram duas reflexões que me marcaram bastante e que gostaria de partilhar convosco!
A primeira, sobre o amor próprio! Uma amiga, em mensagem disse-me: “Nunca se esqueçam que a maior inspiração são vocês mesmas e nunca duvidem do que são capazes!”
E é tão verdade! Mesmo nas consultas de nutrição, deparo-me com tantas mulheres que procuram ajuda, tão pouco confiantes, feridas pelas circunstâncias da vida, com baixa autoestima, carentes de palavras bonitas ou de um abraço. Mulheres estas, que querem ser aceites por uma sociedade com estereótipos físicos bem marcados. Mulheres cujo desejo de emagrecer e ter um corpo bonito é tão grande, mas por pressão, para não ficarem atrás de outras mulheres socialmente bonitas!
E aqui está a realidade nua e crua: A maioria de nós se compara com outras mulheres! Passei por isso na pele, desde muito jovem, porque sempre me disseram que era mais menina que mulher. Mas ser mulher e sentirmo-nos, cá dentro, inferiores a outras mulheres, é um estigma que colocamos em nós próprias! É difícil saber que, fisicamente, não somos o que a sociedade admira. É uma pressão difícil de superar. Mas a realidade é que existe muito mais do que o invólucro. Existe um conteúdo e uma história bonita para cada um de nós! O principal é olharmos para trás e percebemos o que, nós próprias, conquistamos até agora.
Mas tudo isto não invalida que queiramos cuidar de nós, da nossa imagem e do nosso corpo, mas, essencialmente, que o façamos pelo nosso próprio bem-estar e saúde. Não tem mal nenhum tentarmos ser a melhor versão de nós próprias, desde que sem comparações e pressão ou porque o outro disse que assim o tinha de ser!
Em suma, é tão bom sermos MULHERES, tendo como inspiração nós próprias! E uma MULHER confiante ganha outra luz! Não tenhamos medo de sermos confiantes, independentemente de termos um corpo “assim ou assado”. A confiança eleva-nos a um outro patamar!
A segunda reflexão, lançada também por outra amiga foi o porquê de muitas vezes, serem as próprias mulheres a criticarem mulheres! E se pensarmos bem, muitas vezes, são mesmo as mulheres que se regozijam com as falhas de outras mulheres.
Porque não um “eu apoio-te, eu seguro-te, eu estou aqui para ti!” ou um “eu não te invejo, eu admiro-te!”.
Porque não uma chamada de atenção com carinho e cuidado quando alguma mulher aparece com uma folha nos dentes, um mato no cabelo, um batom borrado, em vez de chacota!
Porque não um “estás tão bonita” e “gosto da tua roupa” em vez de um sussurro de escárnio e mal dizer.
Que tal um “gosto tanto de ti”, sincero e sem segundas intenções!
Tão importante sermos MULHERES que se apoiam! Mulheres é tão importante sermos MULHERES!
Temos de ser mais MULHERES mas acima de tudo mais confiantes em nós próprios, mais humanos e mais empáticos, como seres que habitam este planeta!