MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

26/06/2024 08:00

Numa Europa envelhecida, com uma estrutura etária de decréscimo populacional, plasmada numa pirâmide etária, que no passado se designava por tampa de caixão, aludindo ao decurso natural da população, pouco ou nada se fala em Natalidade.

É de facto interessante validar o discurso europeu, no sentido do envelhecimento populacional, e da criação de politicas que aderecem esta situação real, procurando debelar, mitigar o envelhecimento atuando nesta faixa etária, o que faz todo o sentido, tentando assumir aquilo que os estados e nações deveriam ter por tarefa única, que é dotar as populações, e por ora os indivíduos, do mínimo necessário para cada individuo explorar ao máximo o seu potencial e concretizar dessa forma a sua realização pessoal, se quisermos a sua Felicidade.

Percebemos que a estrutura etária que reflete um envelhecimento populacional, é resultado das melhorias da qualidade de vida, alimentação, cuidados higieno-sanitários, do acesso aos sistemas de saúde e obviamente, os medicamentos. Tudo isto combinado permite que tenhamos na Europa uma Esperança média de vida de cerca de 81 anos, apesar de nos anos de vida saudável à nascença observamos na Europa uma diminuição de em 2004, -62,9anos, para 2023, -62,6anos.

As políticas europeias refletem obviamente esta realidade, no entanto ao adereçar a problemática do envelhecimento populacional, “apenas” nestas faixas etárias, (matematicamente adensa o problema) mas não contribui em nada para a sua resolução.

Alerto que não falarei das políticas de imigração da EU, pois estas não são na essência, solução para o problema demográfico.

A solução para a reversão do envelhecimento populacional, e obtermos uma pirâmide etária de rejuvenescimento populacional, são verdadeiras políticas de Natalidade.

Numas eleições Europeias, não se ouviu falar sobre a problemática da Natalidade, menos ainda de medidas concretas para a aumentar a mesma. É de uma mediocridade política, não adereçar este problema.

É verdade que os políticos e as suas políticas devem para além de assegurar a reeleição (espero não cometer nenhuma inconfidência), criar políticas que respondam da melhor forma aos ensejos da população.

Aqui reside o busílis da questão, será que a sociedade não está “minada” contra a Natalidade? A quantas grávidas é rejeitado o emprego, ou não renovado o contrato? Perpassa na sociedade a ideia de que a natalidade é um óbice ao empoderamento da mulher e da sua independência, que não o é de facto, antes pelo contrário as mulheres deveriam ter filhos muito mais cedo, a biologia assim o dita, basta uma mudança de mentalidade da sociedade, e uma aposta do estado nesse sentido, criando políticas de natalidade que permitam à mulher a equidade de oportunidades no percurso académico e mercado laboral, permitindo a sua realização pessoal plena.

Exemplos de claros desta aversão às crianças, num voo para Paris o autocarro de operação de placa cheio e uma mãe com bebé de colo, e não houve um cidadão que cedesse lugar (nenhum deles idoso ou incapacitado), a critica do operador de placa do peso dos carrinhos de bebé, mais recentemente o destilar de ódio em horário nobre às gémeas (portuguesas como Pepe da seleção) e sua mãe por causa de um tratamento que lhes salvou a vida (3,8 milhões de euros, os partidos nas últimas legislativas receberam uma subvenção de 4 milhões de euros pagos pelos cidadãos com o diria o saudoso Fernando Pessa – e esta, Hein?).

As políticas de natalidade esgotam-se no comportamento da sociedade, neste momento vivemos tempos perigosos, as pessoas estão avessas às crianças e bebés, são tidos por empecilhos ou encargos.

Se “este país não é para velhos” confirma-se que esta Europa, não é para crianças nem famílias numerosas.

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Concorda com o investimento de 14 milhões de euros num navio de investigação?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas