Na semana em que comemoramos o Dia Internacional da Terra Mãe, trabalhar para a sustentabilidade é traçar um plano para a transição climática e será, a meu ver, o maior desafio que qualquer autarquia poderá enfrentar.
Ainda que não exista uma receita igual para todas as localidades, o princípio consiste em utilizar a tecnologia para recolher informação, que depois de tratada, será partilhada com o público com o objetivo de melhorar a capacidade governativa ao mesmo tempo que melhora a vida dos cidadãos.
Dentro deste grande tema para o desenvolvimento de uma Smart City, onde surgem diversos novos modelos de gestão inteligente das cidades, temas como Educação, Redes de Energia, Sistemas de Saúde, Agricultura Urbana, Edifícios, Redes de água e saneamento, há outros dois que gostaria de destacar:
A Governança Inteligente porque permite a participação dos atores locais – Os cidadãos... os residentes, nada mais do que apelar à sua participação, saber as suas preferências e comportamentos, saber os seus problemas e questionar o que acham das soluções, se o decisor procurar entender verdadeiramente o cidadão, este torna-se fonte de sugestão de soluções e todos serão potenciais participantes para ajudar na mudança.
A transformação pressupõe uma mudança na atuação das pessoas, e isso só se consegue com as pessoas, permitindo-lhes que transmitam o seu conhecimento, compreendam as medidas implementadas, e se sintam envolvidas e participantes ativas na mudança.
A atuação da Administração do Município, não pode limitar-se à gestão financeira, terá de criar mecanismos que facilitam a vida das pessoas aproximando o cidadão dos serviços públicos, promovendo a consulta dos cidadãos pela incorporação de tecnologia no processo bem como a criação de fóruns de discussão com os cidadãos e peritos, para promover interação e consensos.
A Mobilidade é outro tema, que face à nossa dispersão geográfica considero flagrante a necessidade de um plano de mobilidade entre as localidades.
O futuro passa por encarar a mobilidade como um serviço que está ao nosso dispor, deverão ser criadas soluções de mobilidade suficientemente robustas e eficazes, que reduzam a utilização de viatura própria, porque trata-se de um recurso que está subaproveitado tendo em conta que a maior parte do tempo está estacionado, e que tem impactos ambientais associados significativos.
A utilização de mais meios tecnológicos ao nosso dispor deveria dar início ao que seria um sistema inteligente de transportes otimizando à capacidade instalada do serviço público, mas ao mesmo tempo dando mais poder ao utilizador, com fornecimento de informação em tempo real, acessível por dispositivos móveis, permitindo planear e escolher o meio de transporte mais adequado, a cada necessidade de mobilidade.
Uma boa rede de transportes traduz desde logo o impacto positivo no meio ambiente, a redução de tempo no trânsito, redução de stress, redução de custos do agregado familiar é o reflexo de pessoas felizes numa cidade organizada preocupada com o aproveitamento dos recursos naturais e com o bem-estar da população.