Que exagero. Também não é assim. O Charles III ainda não morreu. Apenas recebeu o diagnóstico. E mesmo que tivesse morrido, podem tirar o cavalinho da chuva que o filho da Isabel II não ia a enterrar como veio ao mundo. Só em coroas, diamantes, medalhas e berloques já tinha, na pior das hipóteses, toda a parte baixa tapada, que aquilo é gente que não brinca na hora de enterrar. Acreditem. Se acham que os casamentos ciganos demoram e só duram três dias... O que dizer de umas cerimónias fúnebres de uma Rainha que levaram 11?! É muito. É quase o mesmo tempo que um juiz, no continente, leva para ouvir 3 detidos. E isto porque um parecia o meu filho. Quando não sabe o que responder diz que está cansado e lhe dói a cabeça. Pronto. Acabam-se logo os trabalhos. O pior é depois. Não costuma dar bom resultado.
Mas falando de coisas sérias, se Deus Nosso Senhor quiser, o ex da Princesa Diana ainda por cá vai andar muito tempo vestido. É que se ele não se curar, quem é que se vai curar? Palavra de honra. Um senhor que, do alto dos seus 75 anos, não come um pão qualquer, mas sim um “caseiro feito com farinhas ricas em nutrientes, como centeio e espelta” e os complementa com “saladas de produtos biológicos, ovos escalfados, cogumelos selvagens, ameixas dos seus jardins juntamente com salmão, queijo e biscoitos”, está destinado a durar uns 150 anos. No mínimo.
Mais: “dois dias por semana sua excelência não come carne, outros dois dias não come peixe e há um dia em que não come lacticínios”. Coitado. A fominha que não deve ir para aquelas terras de Sua Majestade... Como se não bastasse, “o Rei tem uma rotina baseada nos cinco exercícios básicos da Real Força Aérea Canadiana, que faz duas vezes por dia”. Calma. Dito assim até parece um treino como o daqueles fulanos que viram pneus de camiões como eu viro donuts. Nada disso. Este consiste num exercício de 11 minutos que envolve dois minutos de alongamentos, um minuto de abdominais, um minuto de elevações de costas e pernas, um minuto de flexões e seis minutos de corrida no mesmo lugar.
Enfim, pelo menos, e a ver pelo exercício, eu não faço parte da realeza por um triz. É que os meus treinos, curiosamente, também têm a mesma duração. A única diferença é que estico-me um pouco mais e mexo-me um pouco menos. 5 minutos são de alongamentos. É muito importante. Capricho bem, não vá fazer alguma rutura no cabelo (num dos 3 que me restam) ou um entorse no miocárdio que, a bem da verdade, às vezes parece querer sair-me pela boca. De seguida são ali uns 10 segundinhos de abdominais. Sempre a dar-lhe. Depois malho a valer. 5 segundos de elevações, 2 de flexões e 1 a correr sem parar. Por essa altura, normalmente, sinto o corpo a pedir para parar. Que não foi feito para grandes loucuras. E quem sou eu para contrariá-lo? Pego e, nos 5 minutos e 42 segundos que me restam, arrumo o material que ia usar e não usei. Seco o suor. Hidrato. E volto a alongar. No dia seguinte não vou dizer que não estou dorido. Estou! Mas volto à carga. Raios me partam se não chego ao verão de 2058 com um tanque no lugar da bóia. Chego e chego mesmo.
Já por cá também ficámos sem os nossos reis disto tudo. Felizmente estão todos de saúdinha. D Avelino, esse, o nosso D Dinis dos tempos modernos, o “plantador de betão a haver”, foi levado com o D Custódio XXI a ver um empreendimento de lixo signature. Como se não bastasse, e da mesma assentada, levaram-nos também D Pedro, que tal como D Sebastião “o desejado”, muitos ainda sonham com o regresso numa manhã de nevoeiro para salvar a Madeira destes “ataques à Autonomia” ou lá como chamam a essa coisa da Justiça procurar fazer justiça.
Por sorte ainda nos resta, até ver, D Miguel “o sem medo de tomar decisões”. Ok, ultimamente tem sido mais difícil, eu sei. Mas também não se trata de coisa pouca. Não se resolve mandando vacinar a malta toda. A agulha, desta vez, é no próprio. E quando assim é... Upa upa. Segundo dizem dói mais um bocadinho. Mas vá. Tem que ser. Eu sei que o futuro é incerto, mas temos que acreditar na ciência. Neste caso na pa-ciência. Era uma vez...
Outro que não foi, mas parece que já cá não está é o Salgado. Vi imagens dele, à porta do tribunal, a ser levado pela mão. Porventura a mesma com que palmou milhões e milhões. Parecia um triste. E se eu aprendi que vergonha não é roubar, mas sim roubar e ser apanhado, esse não podia estar a ter pior fim. Segundo a mulher, “tinha um marido fantástico e hoje tenho um bebé grande para tratar que se perde em casa”. Que pena. O máximo que posso fazer é rezar para que o aceitem num lar muito bom que tem em Évora. Aposto que, com jeitinho, ainda recupera a memória e reconhece algum colega...
Ps, aproveito para mandar um abraço ao Macaco dos Super Dragões. Não o conheço de parte nenhuma, é certo. Mas caramba. Não gosto que julguem, a não ser que sejam juízes, os outros assim de forma tão leviana. É que ninguém está livre. Pelo menos parece.