O Talmude de Babilónia escreve: dez medidas de beleza foram dadas ao mundo. Nove delas teve Jerusalém. Antes de reinar Herodes o Grande, a maior parte dos Judeus que vivia na região evitavam instalaram-se nas cidades. A cidade era pagã, tinha ginásios, anfiteatros e banhos públicos, sendo considerada um escândalo cultural. Quando o imperador Augusto de Roma concedeu a Herodes grandes territórios, alguma das cidades passaram ao seu poder, então o Rei tornou a cidade de Cesareia marítima, e Jerusalém foi enriquecida com melhoramentos ao estilo romano. Durante este tempo que reinou Herodes a população de Jerusalém duplicou chegando a ter 60 mil habitantes. O Templo foi ampliado ocupando um sexto da área da cidade. Foram construídos na cidade mais um hipódromo, um teatro, um palácio real e duas fortalezas, a Torre Antónia para proteger o templo e a outra para proteger o palácio real.
O antigo fornecimento de água tornou-se insuficiente devido ao aumento da população. Herodes o Grande mandou construir um aqueduto para transportar água junto do Hebron, com uma distância de vinte e quatro quilómetros em linha reta. As zonas a norte e a sul da cidade de Jerusalém pertenciam à classe rica que construíram as suas casas. Estes ricaços criaram só espaços para eles, tanto para viver como após a morte. Construíram numerosos túmulos que rodeavam a cidade.
A dinastia dos Asmoneus era descendente de uma família sacerdotal. Eram naturais de Modin, descendentes do rei Seleuco IV, que obrigou os judeus a adorar os deuses gregos, no ano de 176 a.C. o que provocou uma revolta, dirigida por seu filho judas, chamado o Macabeu. O que é certo é que o Templo foi recuperado aos gregos, purificado do culto idolátrico e dedicado novamente à adoração do Deus único. Os judeus comemoram ainda hoje estes acontecimentos na festa da Dedicação. A família dos Asmoneus governou o país com Jonatas, irmão de Judas. Jonatas teve as funções de Sumo Sacerdote, Rei e comandante militar com os poderes todos. Após a sua morte o poder foi exercido por seu irmão Simão e após a morte deste por seu filho João Hircano que teve uma princesa Miriame que foi esposa de Herodes o Grande.
A dinastia asmoneia foi apoiada pelos fariseus, mas estes ficaram alarmados com o cúmulo de riqueza e com a helenização. A família real começou a perseguir judeus. Entre as numerosas leis que se referem ao sacrifício ritual contavam-se as dos animais que deveriam ser sacrificados. A pessoa que oferecia a oferenda devia oferecer um animal da sua própria propriedade, que só eram aceites animais domésticos principalmente cordeiros, criados para alimentação, e não poderiam ter qualquer defeito. As vítimas eram mortas na zona do átrio dos israelitas, só as aves eram mortas no altar. Juntamente com as diversas partes dos animais levava-se para o altar a farinha para os pães da oferenda, o bolo oferecido ao Sumo Sacerdote e o Vinho para as libações. Todos os dias havia peregrinos à espera da abertura da porta de Nicanor que separa o átrio das mulheres do átrio de Israel, para ver os sacrifícios e as nuvens de fumo que subiam do altar. Era muito apreciada a fragrância do incenso queimado que saia de lá de dentro. Nos dias festivos os peregrinos podiam ver expostos objetos sagrados do Templo, o incensório, a mesa dos pães da oferenda, e, principalmente, o Candelabro de sete braços, um dos símbolos mais conhecidos da arte judaica que o imperador Tito trouxe para Roma, que figura no arco de Tito e que ainda hoje ninguém sabe onde se encontra. A Cerimónia Religiosa terminava com a bênção de Aarão: “Que o Senhor te abençoe e guarde. O Senhor faça brilhar sobre a ti a sua face e te favoreça. O Senhor volte para ti a sua face e te conceda a paz. “ (Num.6,24-26).