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Artigo de Opinião

6/06/2022 04:19

Após a viagem do Presidente do Governo Regional a Miami, onde teve uma exaustiva participação de menos de 2 minutos, numa conferência sobre bitcoins, começou a confusão com jornais e revistas a anunciarem que a Madeira iria adotar essas moedas. Passado uns dias, a OSEAN, Centro de Investigação da UMa, em parceria com a empresa Naoris Protocol, anuncia a criação de uma moeda digital, tendo dito também que o Governo Regional seria responsável pela gestão dessa criptomoeda. Prontamente, esse anúncio foi desmentido pelo Presidente do Governo Regional, afirmando que "não compete ao Governo fazer criptomoedas".

Passados poucos dias, eis que aparece no Base.Gov um contrato celebrado entre o Governo Regional e uns advogados do continente, para estudar a implementação pela RAM de uma moeda eletrónica.

Há aqui diferenças, uma moeda eletrónica é regulada pelo Banco de Portugal e está indexada a um determinado valor fixo. Trocando por miúdos, o Governo Regional pagou 100.000 € a uns advogados para estudarem a possibilidade da Região implementar um cartão de compras ao estilo dos cartões de fidelização dos supermercados.

Isto deixa-me algumas dúvidas.

O que levará um turista, ao chegar à Região para meia dúzia de dias de férias, se dar à maçada de ir algum sítio comprar/levantar um cartão de compras? Pergunta simples, porque não usará o seu próprio multibanco?

Terá algum benefício em usar o cartão de compras de Albuquerque, do estilo, ganhe 2€ em combustível ao efetuar 40€ de compras? Ou terão uma entrada gratuita numa das levadas pagas, após pagar com o cartão o jantar da véspera num dos restaurantes da nossa terra?

Enfim, 100.000,00 €, mais os custos da viagem a Miami para desvairos presidenciais.

As Vinganças

Não é novidade para ninguém que o PSD não perdoa àqueles que não vão ao seu beija-mão. Perseguem quem ousa enfrentá-los, tomar outros partidos ou até mesmo recusar convites.

Depois de uns despedimentos cirúrgicos na empresa municipal Frente Mar Funchal, em que um deles foi candidato pela Confiança a uma Junta de Freguesia, outro recusou um convite do PSD e fez declaração pública de apoio à minha candidatura, eis que chegou a vez das vereadoras da oposição.

Primeiro acabam com a consulta de medicina sexual, que tinha lista de espera, nos cuidados de saúde primários no SESARAM, por a única médica a dar essa consulta ter sido candidata à CMF pela Confiança, agora, ficámos a saber que outra candidata, que exercia as funções de Diretora de Serviços do Serviço Regional de Proteção Civil é afastada do seu cargo, sem qualquer justificação e é enviada para a antiga fábrica das moscas da Camacha, que se encontra desativada. Ou seja, passa o dia a olhar para uma parede!

Não podemos aceitar estes comportamentos persecutórios, pois vivemos numa democracia. Cada qual tem direito à sua opinião e a participar onde bem entender. Nenhuma das participações políticas de qualquer uma destas pessoas interferia com a sua atividade profissional, pelo que é de lamentar as perseguições políticas existentes na nossa região, ao melhor estilo do estado novo.

Não podemos de modo algum nos deixar intimidar por este tipo de atitudes, temos de lutar cada vez mais por uma efetiva mudança política na região, para que se respire a verdadeira democracia.

Ah e já agora, uma pequena nota final de atenção para o nepotismo que anda por aí!

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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